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10 dicas para prevenir a febre-amarela

Nuno de Noronha30 de maio de 2016

O vírus da febre-amarela não se transmite diretamente entre seres humanos, apenas através de picadas de insetos. Para evitar o contágio, siga estes conselhos.

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Mosquitos de febre-amarela num laboratório alemãoFoto: picture-alliance/dpa/A. Weigel

1. Vacine-se

Existe uma vacina contra a febre-amarela considerada segura, com 95% de eficácia e de baixo custo, que é administrada há mais de 50 anos. O nome técnico desta vacina é YF-17D. Apesar de ser eficaz, a vacinação está implementada em poucos países. A vacina é a melhor prevenção e recomenda-se um reforço da mesma de dez em dez anos para manter a proteção.

"A vacina só pode ser administrada em bebés com mais de nove meses e em raras exceções em bebés entre os seis e os nove meses. As mulheres grávidas também não devem ser vacinadas, salvo por indicação médica", refere o infetologista Luís Tavares.

2. Não acredite em mitos

A vacina contra a febre amarela é 100% segura e de elevada eficácia. Os efeitos secundários são poucos e controlados, e o seu médico ou enfermeiro poderá indicar-lhos. Não existe evidência clínica de que a vacina provoque disfunções sexuais, amputações ou outras doenças súbitas. Não dê valor a estas crenças ou mitos populares.

3. Doentes imunodeprimidos devem ter especial atenção

Pessoas portadoras de doenças que debilitem o sistema imunitário, como o vírus da imunodeficiência adquirida (VIH/SIDA), devem consultar o seu médico, que deverá analisar um possível reajuste da medicação e um potencial encurtamento dos períodos do reforço da vacina.

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Foto: DW/P. Musvanh

4. Utilize redes mosquiteiras durante a noite

"Sempre que possível, durma sob uma rede mosquiteira, de preferência impregnada com inseticida", recomenda Luís Tavares, médico especialista em Doenças Infeciosas no Hospital Lusíadas de Lisboa. Tal vai diminuir as hipóteses do mosquito o picar durante a noite.

5. Vista roupa comprida

Prefira vestuário de cores claras, folgado e de fibras naturais, que tape grandes áreas do corpo. "Opte por calças e camisolas de manga comprida, para evitar a exposição daquele que é o maior órgão do corpo humano, a pele", explica o médico Luís Tavares.

6. Use repelente de insetos

Aplique repelente contra mosquitos nas áreas expostas do corpo (pescoço, braços, pernas, mãos), evitando o contacto com os olhos, nariz e boca e renove a aplicação periodicamente, de três em três horas. "No caso de usar protetor solar e repelente em simultâneo, deve aplicar primeiro o protetor solar", sugere o médico. Leia as instruções dos produtos.

7. Feche as janelas

Durante a noite e sempre que possível, mantenha as janelas de casa fechadas para evitar que espécies do mosquito se alojem no interior da sua habitação.

A febre-amarela é uma infeção transmitida por mosquitos do género haemagogus e aedes. Alguns subtipos deste último inseto são também vetores de outras doenças como dengue, chikungunya e zika. Estes mosquitos estão presentes em quase todas as regiões da África Subsaariana.

8. Evite as horas de maior ação dos insetos

Algumas espécies de mosquitos que transmitem febre-amarela estão mais ativas do pôr ao nascer do sol e vivem também junto dos seres humanos, quer dentro das casas, quer nas suas imediações. "Evite, por conseguinte, atividades ao ar livre a partir do pôr do sol", recomenda Luís Tavares. A espécie aedes aegypti ataca durante o dia.

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Poços como este no município do Cazenga em Luanda, Angola, são focos perigosos para a reprodução de mosquitosFoto: DW/Renate Krieger

9. Elimine possíveis focos de reprodução do mosquito

"Evite manter recipientes com água estagnada no interior e exterior da sua habitação. Verifique vasos de plantas", exemplifica Luís Tavares. Os insetos depositam, geralmente, ovos em locais com água parada, como baldes, poças de água, zonas de esgotos, jarros, pneus velhos, bebedouros de animais... Com a humidade, os ovos desenvolvem-se e dão origem a larvas e consequentemente a novos insetos. Coloque os resíduos domésticos, como lixo, em sacos plásticos fechados ou em baldes com tampa.

10. Consulte o médico caso tenha sintomas

Após a picada de um inseto infetado, os sintomas surgem três a cinco dias depois. A doença pode causar um amplo espetro de sintomas, de ligeiros a fatais. A mortalidade pode chegar aos 80%, a par de doenças como o ébola, vírus de Marburgo e outras infeções virais hemorrágicas. Os primeiros sintomas da infeção por febre-amarela são semelhantes aos de uma gripe: febre, dores musculares, dores de cabeça, vómitos, náuseas, perda de apetite e arrepios.

Se sentir dois ou mais destes sintomas procure ajuda médica para, caso esteja infetado, receber tratamento imediato e não entrar num potencial agravamento do seu estado de saúde. Os sintomas tendem a agravar-se: febres altas, hemorragias, fraqueza, icterícia (pele e olhos amarelos), falência renal, delírio e coma, entre outros.

"Se está infetado com o vírus da febre-amarela, tem capacidade infetante para o mosquito até ao quinto ou sexto dia após o aparecimento dos sintomas", alerta o médico. Mantenha-se em locais fechados para não aumentar a proliferação da doença.

Os conselhos da DW África foram validados pelo médico Luís Tavares, especialista em Doenças Infeciosas no Hospital Lusíadas de Lisboa.

Angola Luanda Impfkampagne Gelbfieber
A vacina continua a ser a melhor prevenção. Na foto: campanha de vacinação em Luanda, Angola, em fevereiro de 2016Foto: DW/B. Ndomba