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27 Estados-membros da União Europeia elegem novos deputados

Bernd Riegert
6 de junho de 2024

350 milhões de cidadãos da União Europeia (UE) começam hoje a votar nas eleições para o Parlamento Europeu que decorrem até domingo. Eurocéticos e nacionalistas podem tornar-se mais fortes, mas não deverão obter maioria.

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Parlamento Europeu em Estrasburgo
Foto: Daniel Kalker/picture alliance

Roberta Metsola, a presidente democrata-cristã do Parlamento Europeu, de Malta, percorreu os 27 Estados-Membros da UE nos últimos meses com o slogan "Use o seu voto". Queria consciencializar principalmente os jovens eleitores sobre a importância das eleições europeias, que se realizam a cada cinco anos.

"A imagem que têm à vossa frente quando pensam no Parlamento Europeu: mais de 700 lugares azuis. Quer votem ou não votem, estes lugares serão preenchidos. Agora, têm uma escolha. Ou influenciam quem se senta nestes lugares ou não", disse Metsola a um grupo de jovens na Dinamarca.

Convencer os 350 milhões de eleitores do bloco europeu a votar nas segundas maiores eleições democráticas do mundo, a seguir à Índia, não é assim tão fácil. Nas últimas eleições, em 2019, a afluência às urnas ficou em torno de apenas 50%. Numa sondagem de opinião realizada na primavera, a UE avançou que o interesse nas eleições é, desta vez, de 60%.

Em muitos países do bloco europeu, incluindo a Alemanha, a campanha eleitoral foi dominada pela discussão sobre segurança e defesa, tendo como pano de fundo a guerra russa contra a Ucrânia.

No entanto, de acordo com as sondagens de opinião, a política económica e social é, em média, a questão mais importante nas decisões de voto dos 27 Estados-membros. A política de migração não desempenhou um papel decisivo na maioria dos países da UE.

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Extrema-direita a crescer

Outra preocupação, além da afluência às urnas, é aumento dos céticos de direita em relação à UE. É que, em muitos países, cresce o apoio aos conservadores, que são contra o bloco.

"A nossa Europa unida é demasiado preciosa para ser deixada àqueles que a querem destruir", disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, num apelo eleitoral.

"Alguns populistas estão a pedir que a Alemanha abandone a União Europeia. Outros veem a Rússia de Putin ou a China de Xi Jinping como modelos para a Europa. E outros ainda querem desmantelar o bloco europeu - que loucura autodestrutiva! A Europa e a unificação europeia garantem a nossa prosperidade e o nosso futuro", frisou.

Em França, Itália, Países Baixos, Bélgica, Áustria e Hungria, partidos de extrema-direita estão em primeiro lugar nas intenções de voto. Na Polónia, na Alemanha e na Suécia, os partidos de direita poderão tornar-se, pelo menos, a segunda ou terceira força mais forte.

O partido de extrema-direita alemão, AfD, por exemplo, está praticamente ao mesmo nível de dois dos partidos do governo na Alemanha, o Partido Social-Democrata (SPD) e os Verdes, com cerca de 15%. Os democratas-cristãos, na oposição, lideram na Alemanha com 30%.

Ao todo, espera-se que o número de assentos azuis no Parlamento Europeu para os partidos de extrema-direita aumente significativamente para cerca de  21% a 25%. Entretanto, o este número não é suficiente para que obtenham maioria.

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