75 pessoas condenadas à morte no Egito
28 de julho de 2018A decisão no Tribunal Penal do Cairo será agora encaminhada ao Grande Mufti - a principal autoridade religiosa do país -- que emite uma opinião não vinculativa sobre as sentenças. Geralmente, o religioso aprova as decisões do tribunal.
Dos 75 condenados encaminhados para o Mufti, 44 estão atualmente detidos e 31 foram julgados à revelia.
O anúncio da sentença para outras 660 pessoas foi marcado para 8 de setembro, segundo o portal estatal de notícias Al-Ahram.
O caso envolve 739 acusados, incluindo o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, e o fotojornalista Mahmoud Abu Zeid. As acusações vão de assassínio a danos à propriedade pública.
O movimento Irmandade Muçulmana foi tornado ilegal no Egito desde que o exército derrubou o ex-Presidente islâmico Mohamed Morsi, em julho de 2013, que foi apoiado nas manifestações.
À queda de Mohamed Morsi – uma operação liderada pelo atual Presidente, Abdel-Fattah al-Sisi - seguiram-se vários meses de violência e repressão das forças de segurança contra os protestos pró-Morsi.
Em agosto de 2013, a polícia e os militares dispersaram as manifestações, matando mais de 700 pessoas.
Julgamentos em massa
Depois de assumir o poder político, o exército egípcio lançou uma ofensiva contra o movimento islamita Irmandade Muçulmana, classificado atualmente pelas autoridades do Cairo como um grupo terrorista.
Os tribunais egípcios têm levado a cabo julgamentos em massa e condenado centenas de pessoas à morte, sob fortes críticas da comunidade internacional.
Em 2014, um juiz egípcio condenou à morte 529 apoiantes de Morsi. Mais tarde, 492 das penas foram convertidas em prisão perpétua.
Organizações de defesa dos direitos humanos criticam as sentenças no Egito e pedem às autoridades que garantam julgamentos justos.
Na semana passada, a Amnistia Internacional descreveu o ambiente como "uma grotesca paródia de justiça” e pediu às autoridades que retirem todas as acusações contra quem se encontra detido por protestar de forma pacífica.