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"A crise está em todo o lado, até na corrupção", diz a UNITA

Nelson Sul D'Angola (Benguela)19 de outubro de 2015

O presidente da UNITA, o maior partido da oposição angolana, deu uma conferência de imprensa em resposta ao discurso do Estado da Nação, proferido pelo vice-presidente de Angola Manuel Vicente, na semana passada (15.10).

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Isaias SamakuvaFoto: DW/N. Sul D´Angola

Isaías Samakuva começou a conferência de imprensa desta segunda-feira (19.10)por “desejar ao senhor Presidente da República de Angola votos de melhoras no seu estado de saúde”.

Na quinta-feira (15.10) o vice-presidente Manuel Vicente, em substituição de José Eduardo dos Santos, devido a uma indisposição, disse à nação angolana que “as economias têm ciclos altos e baixos. A boa notícia é que não haverá recessão mas apenas uma ligeira desaceleração do crescimento da economia sendo essa uma boa base de trabalho para o próximo ano". O Presidente da UNITA, Isaías Samakuva contraria essa afirmação dizendo que "o país está em crise e que as politicas do governo falharam".

"A crise está em todo o lado, até na corrupção"

Segundo o discurso oficial do líder da UNITA, Angola “atravessa o pior momento da sua história de 13 anos de paz. Samakuva diz que a crise está em todo o lado, “na educação, na saúde chegando mesmo ao “lixo” e à “corrupção”. Esta última “está em crise porque muitos poderosos estrangeiros que fazem negócios corruptos com Angola estão a ser presos nos seus países”,afirmou.

Samakuva está convicto “que o modelo de gestão do poder politico e económico prosseguido pelo regime do Presidente José Eduardo dos Santos falhou. A ideia do Plano nacional de Desenvolvimento de 2013 a 2017 também falhou”, afirma o líder do maior partido da oposição em Angola.

Escalada repressiva sem precendentes em Angola

Angola Ölförderung vor der Küste
AngolaFoto: MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

Isaías Samakuva não esqueceu os massacres e as prisões arbitrárias que têm acontecido em Angola. O líder da UNITA disse que “os angolanos ouviram incrédulos tais afirmações, proferidas no mesmo ano em que o Estado orquestrou o massacre de cidadãos no Monte Sumi, Província do Huambo e as organizações internacionais dos direitos humanos consideraram que no último ano tem vindo a ocorrer uma escalada repressiva sem precedentes em Angola e que as prisões dos ativistas José Marcos Mavungo, condenado em Cabinda, Rafael Marques, condenado a pena suspensa em Luanda, e dos 16 jovens, "foram infundadas e totalmente arbitrárias,” afirmou o Presidente da UNITA esta tarde no encontro com os jornalistas em Luanda.

Um futuro melhor com a inclusão de todas as partes
Apesar deste quadro tenebroso descrito, o presidente do principal partido de oposição vislumbra um futuro melhor: “A UNITA esta a enveredar para um diálogo nacional tanto aberto como discreto com todas as forças vivas do país para definir as bases de gestão da mudança que Angola reclama. Estamos empenhados numa mudança pacífica e inclusiva sem nenhum preconceito ou sentimento de vingança. Mudança que incluirá todos”, destacou Isaías Samakuva na conferência de imprensa.

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