A solução nigeriana para manter as crianças na escola
7 de julho de 2022Dados oficiais indicam que mais de 536 mil crianças não frequentam a escola no Estado de Katsina, no norte da Nigéria.
O governo local, com apoio de algumas agências internacionais, desembolsou este ano mais de 560 dólares para ajudar nas matrículas de mais de 20.830 crianças.
Abdulbaki Lawal Lema, diretor assistente na Agência Estatal de Educação de Katsina e ponto focal do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), explica que "este programa começou há sete anos, mas devido à Covid-19 esteve parado."
Agora, a Fundação Qatar está a assumir a responsabilidade do financiamento e a UNICEF ocupa-se da gestão do projeto.
Objetivos políticos?
No entanto, há quem considere que a iniciativa tenham objetivos políticos. "Este programa não tem nada a ver com política, o principal objetivo é ver as crianças a frequentarem a escola, especialmente crianças de mães raparigas", esclarece Abdulbaki Lema.
As mães ou cuidadoras recebem anualmente cerca de 40 dólares americanos em duas prestações por cada criança. A ideia é aumentar a taxa de matrícula e frequência escolar das crianças, particularmente das crianças do sexo feminino.
Amina Amadu, uma das cuidadoras, está feliz com a iniciativa, embora não esteja certa da continuidade do programa.
"Estamos realmente gratos por este programa, mas penso que não durará muito tempo, porque o dinheiro é insuficiente tendo em conta o nível de dificuldades e a taxa de inflação no país", diz.
Amina apela, no entanto, ao Governo para que "reconsidere pagar as prestações todos os meses e não duas vezes por ano, porque isso pode constituir um problema para as famílias."
Melhorar a vida das famílias
O objetivo deste dinheiro é melhorar o bem-estar socioeconómico dos beneficiários e das suas famílias.
Malam Abdullahi diz-se encorajada a mandar os seus filhos à escola: "Este apoio vai ajudar-nos muito para enviarmos os nossos filhos para a escola, ao contrário do que acontecia antes. Devido à situação económica, as crianças tinham que nos ajudar nas manchambas e ou iam para o trabalho de rua para apoiar a família, mas com isto, pelo menos, bloqueará algumas brechas."
O programa não se limita a resolver a questão da educação, mas também a situação de segurança e outros desafios que assolam a região.