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Analista afirma que mais países podem cortar laços com Taipé

Marta Melo
27 de janeiro de 2017

A preocupação é que mais países sigam o exemplo de São Tomé e Príncipe e cortem relações com Taiwan, segundo Yen Chen-shen, da Universidade Nacional de Chengchi. O analista considera que Taipé tem de mudar de estratégia.

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Banana Strand  Príncipe Insel  São Tomé und Príncipe
Foto ilustrativa: vista sobre a ilha do PríncipeFoto: DW/C. Vieira Teixeira

Segundo Yen Chen-shen, o facto de São Tomé e Taipé ter assumido laços com a China, menos de uma semana depois de ter cortado relações com Taiwan, pode impulsionar mais países a tomar a mesma decisão. "Sabem que não haverá um hiato de tempo como aconteceu com a Gâmbia, que durante mais de dois anos esteve sem apoio estrangeiro”, defende.

A Gâmbia cortou laços diplomáticos com Taipé em 20013 e apenas no ano passado estabeleceu relações com a China. Para o académico, isso deve-se ao facto de ter havido um acordo tácito entre Pequim e Taiwan de não interferir nas relações de cada um, quando estava no poder o Partido Nacionalista. O Kuomintang promoveu a aproximação entre os dois lados do Estreito.

No entanto, desde o ano passado que Taipé e Pequim estão de costas voltadas, devido à ascensão ao poder do Partido Progressista Democrático.

Taiwan precisa de nova estratégia

Taiwan  Präsident Yen Chen-shen
Yen Chen-shen, da Universidade Nacional de ChengchiFoto: privat

Para Yen Chen-shen, Taiwan precisa de fazer mais nos países aliados: "não ser apenas um financiador, mas também investir dinheiro em infraestruturas”, à semelhança do que faz Pequim.

"A China está a ajudar os países africanos mas, não ajuda apenas, faz também negócio”, afirma o professor.

A presença forte da China em alguns países aliados pode ser um dilema para Taiwan. O analista nota que "há mais empresários chineses nos países com relações com Taiwan e mais trocas comerciais entre a China e esses países”. Um facto que pode justificar levar que mais países sigam o exemplo de São Tomé e Príncipe.

Taiwan era o principal financiador de São Tomé e Príncipe. Esta semana na discussão na generalidade do orçamento de Estado para 2017, a oposição são-tomense votou contra a proposta, por não estar convencida de que o teto orçamental permaneça o mesmo com a saída de Taipé.

China não precisa de São Tomé

Apesar de Yen Chen-Shen compreender que alguns países queiram ter laços diplomáticos com Pequim por motivos económicos, no caso de São Tomé, a posição da China podia ter sido diferente.

27.01.2017 Taiwan - STP - MP3-Mono

"Sentimos que a China não precisa de São Tomé, um país tão pequeno. Mesmo o interesse económico chinês lá não é tão grande como em outros países. Então porque embaraçar Taiwan ao apoiar São Tomé”, questiona o docente.

Na opinião do académico taiwanês, Pequim devia ter esperado "um ano ou dois” para reconhecer São Tomé e Príncipe. "Mas a China fê-lo em menos de uma semana e isso magoou Taiwan”, afirma.

Apenas 21 Estados têm agora relações oficiais com Taiwan, a maioria situada na Oceânia e na América Central. Em África só o Burkina Faso e a Suazilândia reconhecem Taipé.