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Acordo de paz em Moçambique até ao final do ano?

Leonel Matias (Maputo)
7 de agosto de 2017

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama, discutiram este domingo (06.08), na Gorongosa, os próximos passos do processo de paz, que esperam ver concluído até finais de 2017.

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Filipe Nyusi (esq.) deslocou-se à Gorongosa para o encontro com Afonso Dhlakama
Filipe Nyusi (esq.) deslocou-se à Gorongosa para o encontro com Afonso Dhlakama Foto: Presidencia da Republica de Mocambique

Filipe Nyusi deslocou-se pessoalmente à Gorongosa, província central de Sofala, para se encontrar com o líder do maior partido da oposição. No encontro, os dois líderes "discutiram e acordaram sobre os próximos passos no processo de paz, que esperam que seja concluído até finais do ano", lê-se no comunicado divulgado pela presidência moçambicana.

Nyusi e Dhlakama acordaram igualmente que iriam manter o diálogo e acompanhar de perto o trabalho das comissões conjuntas criadas pelas duas partes, visando um novo encontro em breve, para preparar os passos finais. As duas comissões foram criadas no início de fevereiro pelos dois líderes para abordar questões militares e de descentralização.

Acordo de paz em Moçambique até ao final do ano?

O Presidente da República e o líder da RENAMO têm realizado contactos telefónicos regulares para o alcance de consensos para uma paz definitiva no país.

Estes contactos culminaram já com o estabelecimento de uma trégua no conflito militar em dezembro de 2016, que está a ser observada até ao momento. As duas partes criaram ainda equipas conjuntas para monitorizar a implementação da trégua.

Abertos ao diálogo

Para o analista Lázaro Bamo, os mecanismos que estão a ser usados pelo chefe de Estado estão a mostrar-se eficazes. "Temos aqui a materialização daquilo que é a promessa do próprio Presidente de tudo fazer para trazer de volta a paz no seio dos moçambicanos", destaca.

O analista lembra que, nos últimos dias, Filipe Nyusi visistou a província de Manica, onde fez apelos à paz. "Ele até chegou a dizer em Machipanda que a palavra guerra não devia fazer parte do nosso dicionário. Obviamente, estava a dizer que não podemos trocar o diálogo pela via da violência ou a via das armas", conclui.

Por outro lado, salienta Lázaro Bamo, também Afonso Dhlakama está a mostrar abertura para o diálogo e para a paz. "Há quem olhe para esta abertura, sobretudo do líder da RENAMO, como uma espécie de submissão em relação ao Governo, mas não. O próprio líder da RENAMO já disse que não queria passar a sua vida no mato e não queria passar a sua vida em guerra", salienta.

Do encontro deste domingo "saíram algumas projecções que aumentam a certeza e o otimismo de que, até ao final do ano, poderemos ter efectivamente a paz definitiva", destaca ainda o analista.