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PolíticaGâmbia

Adama Barrow reeleito Presidente da Gâmbia

rl | com agências
6 de dezembro de 2021

Barrow venceu presidenciais com cerca de 53% dos votos e prometeu fazer "tudo o que puder para fazer da Gâmbia um melhor lugar para todos". Horas antes do anúncio oficial, candidatos derrotados rejeitaram resultados.

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Gambia | Wahlen 2021 | Amtsinhaber Adama Barrow Wahlsieger
Foto: Leo Correa/AP Photo/picture alliance

Adama Barrow foi reeleito Presidente da Gâmbia, com cerca de 53% dos votos, nas eleições presidenciais de sábado (04.12) . O anúncio oficial chegou na noite deste domingo pela voz do presidente da comissão eleitoral, Alieu Momarr Njai: "Com 457.519 votos, Adama Barrow foi eleito para servir como Presidente da República da Gâmbia".

O advogado Ousainou Darboe, opositor histórico do ex-Presidente Yahya Jammeh, ficou em segundo lugar, com 238.253 votos, seguido por Mama Kandeh, candidato apoiado por Jammeh, que obteve 105.902 votos. Halifa Ababacarr Sallah ficou com 32.435, e Essa Faal com 17.206, à frente apenas de Abdoulie Jammeh, com 8.252.

Barrow, que concorreu pelo Partido Popular Nacional (NPP), assegura assim um segundo mandato de cinco anos com uma vantagem confortável face aos seus concorrentes. Ousainou Darboe, do Partido Democrático Unido (UDP), considerado o opositor mais forte do chefe de Estado, conseguiu os votos de apenas 28% do eleitorado.

Gambia | Wahlen 2021 | Amtsinhaber Adama Barrow Wahlsieger
Adama Barrow em conferência de imprensa após votar, no sábado (04.12).Foto: Zohra Bensemra/REUTERS

Banjul em festa

Logo após o anúncio dos resultados, milhares de pessoas reuniram-se em frente ao palácio presidencial para ouvir Adama Barrow agradecer o voto de confiança: "Fui o sortudo escolhido por vós. Garanto-vos, sinceramente, que farei tudo o que puder com os recursos à minha disposição para fazer da Gâmbia um lugar melhor para todos".

Nas ruas da capital, Banjul, a noite deste domingo foi de celebração. "Ele está a desenvolver o país. Em cinco anos, já fez mais do que Jammeh que esteve aqui durante 22. Tem feito um trabalho espantoso. Melhor do que os líderes que tivemos no passado", disse um apoiante ouvido pela agência de notícias Reuters. "Estou a celebrar porque hoje estou feliz. Ganhámos as eleições. Desde o primeiro dia que gosto de Adama Barrow", afirmou outro.

Mais de 950 mil gambianos foram chamados às urnas em quase 1,5 mil seções eleitorais em uma votação que foi "muito pacífica e ordeira" e na qual os cidadãos se manifestaram "em grande número", segundo a IEC.

Gambia | Präsidentschaftswahlen in Banjul
Fila para votar, em Banjul.Foto: John Wessels/AFP/Getty Images

Resultados contestados

Ainda antes do anúncio oficial dos resultados das eleições, três dos quatro concorrentes de Adama Barrow já tinham contestado os resultados. Ousainou Darboe, Mama Kandeh e Essa Faal convocaram uma conferência de imprensa na qual questionaram a demora na contagem dos votos. "Nós reservamo-nos o direito de tomar qualquer ação que a situação exigir, mas convocamos todos os gambianos a permanecerem calmos e pacíficos", afirmaram.

Depois de mais de 20 anos de ditadura sob o regime de Yahya Jammeh, a eleição pacífica deste sábado na Gâmbia é vista por muitos como uma vitória para a democracia. Para o analista político da Universidade da Gâmbia, Essa Njie, é também uma oportunidade para cobrar ao Governo as promessas feitas em 2016 e que ainda não foram cumpridas.

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"Foram prometidas reformas, reformas institucionais e legais. Infelizmente, vamos a votos sem uma nova constituição, sem uma nova lei eleitoral, sem reformas ao nível da segurança ou na função pública", considera.

De acordo com o Banco Mundial, quase metade dos dois milhões de gambianos vive abaixo do limiar da pobreza. Situação que se agravou com a pandemia provocada pela Covid-19.

Responsabilização de Jammeh em jogo

Quando venceu as eleições no primeiro mandato, Adama Barrow, 56 anos, antigo promotor imobiliário, derrotou Yahya Jammeh, um ditador que durante mais de vinte anos conduziu um governo caracterizado por inúmeras atrocidades cometidas pelo Estado, nomeadamente assassinatos, desaparecimentos forçados, violações e tortura. 

Jammeh, que se recusou a reconhecer a derrota eleitoral, foi forçado ao exílio na Guiné Equatorial, onde ainda vive, sob a pressão de uma intervenção militar da África Ocidental. 

A possibilidade de Yahya Jammeh vir a ser responsabilizado por crimes que lhe foram atribuídos e aos seus agentes entre 1994 e 2016 - assassinatos, desaparecimentos forçados, atos de tortura, detenções arbitrárias, violações - foi uma das principais questões em jogo nestas eleições, a par da crise económica.

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