Africanos avaliam candidatos à chancelaria alemã
11 de setembro de 2013Sobretudo a política econômica da chanceler federal alemã Angela Merkel interessa aos países africanos. O queinano Jared Amba, de 29 anos, mora em Nairobi. Ele acha que, comparada a outros líderes alemães, como Helmut Kohl, "Merkel trouxe a Alemanha para a ribalta mundial". Amba ressalta que a Alemanha é o país que está a apoiar as economias em apuros na União Europeia.
Já o seu conterrâneo, Mbvume Loweli, acrescenta que Merkel tentou minimizar o embate da crise do euro no seu país. "As políticas de energia e econômica da chanceler são impressionantes", opina. Para o queniano, Merkel implementou uma política externa que não é tão vibrante como a do antecessor Gerhard Schröder, que segundo ele, "viajava muito".
Loweli diz que Merkel "está a tentar manter a posição como força econômica dominante na Europa, porque, como se sabe, vem aí a China". Ele acredita que por isso a chanceler está focada na economia e em criar emprego para os alemães.
Atenção para África
Mas também há africanos para quem a chanceler federal alemã não diz nada. É o caso do produtor de rádio Jean Baptiste Kouadio. "O que a chanceler alemã representa para mim? Nada. Governa a Alemanha, é só isso", revela.
O professor no Instituto do Desenvolvimento Regional na Universidade Católica de Nairobi, Chacha Nyaigotti-Chacha, admite que Merkel tentou tornar o seu país mais relevante a nível internacional. Mas não lhe parece que tenha conseguido. "Nem vejo claramente qual é a posição da Alemanha em relação à África", critica.
A jornalista queniana, Nelly Moraa, acha que a líder alemã se concentra demais na União Europeia, ignorando o continente africano. Moraa acredita que África mereceria o mesmo tratamento.
"Por isso, espero que se precisarmos de um pacote de assistência para combater a pobreza eles ajam rapidamente, em vez de colocar obstáculos como insistir que temos que cumprir critérios de democracia e boa governação antes de recebermos ajuda", opina.
Steinbrück pouco conhecido
Mas também há quem louve o empenho de Merkel em África. É o caso de James Mobat que refere a promessa feita há dois anos por Merkel, quando da sua visita ao Quênia. A chanceler disse que iria ajudar a esclarecer os quenianos sobre a importância da nova constituição.
"E também prometeu ajuda financeira ao Quênia. Cerca de 140 milhões de euros para os sectores sociais, especialmente para os "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", citou Mobat. Mas ele também admite que até agora, para a maioria dos cidadãos africanos, é indiferente quem ganhará as eleições na Alemanha.
O principal adversário de Merkel nas eleições de Setembro, o social-democrata Peer Steinbrück, não pode ser considerado um completo desconhecido em África. A decoradora moçambicana, Emília Duvante, prova isso. "Peer Steinbrück? Ah, sim, é aquele candidato de oposição… Você sabe que não me interesso tanto pela política alemã. Sigo mais o que está a acontecer aqui em Moçambique", reage a decoradora à reportagem da DW África.