Albinos enfrentam dificuldades de integração em Angola
13 de janeiro de 2015Os albinos enfrentam muitos problemas de integração na sociedade angolana, onde são alvo de preconceitos, conta Guilherme Santos, um dos responsáveis da 4As. “Há situações de exclusão e de discriminação, há mortes precoces de albinos com cancro e há também e certamente um quadro que não é conhecido”, sublinha.
Ainda assim, a situação vivida em Angola não se compara à vivida na Tanzânia, onde os albinos são mortos e partes dos seus corpos são usados em rituais de bruxaria, explica.
“Não é que não haja problemas em Angola, é que os problemas em Angola não são verdadeiramente conhecidos, mas não se comparam aos da Tanzânia”, refere o responsável da Associação de Apoio aos Albinos de Angola.
Albinos “politicamente invisíveis”
Embora haja uma corrente diversificada de intelectuais que se debatem com esta causa, Guilherme Santos defende que, para se ultrapassar estes e outros casos, as políticas do Estado devem ser mais inclusivas.
“É preciso que as políticas públicas do nosso Governo tenham em consideração esta peculiaridade da questão do albino. Diz-se que os albinos são fisicamente visíveis, mas politicamente invisíveis nas políticas públicas”, defende, frisando que é preciso tornar este tema “visível na agenda pública.”
O responsável da 4As dá como exemplo o caso do censo populacional realizado no ano passado em todo país e que deixou de fora esta camada da população. “O censo não foi sensível do ponto de vista da classificação das deficiências para os albinos, mas isto não faz com que a ciência estatística não possa encontrar o número de albinos em Angola”.
Governo reconhece “insuficiências”
O secretário de Estado da Saúde de Angola, Carlos Masseka, reconhece que há insuficiências neste capítulo e garante que já estão a ser tomadas medidas.
“Temos que adaptar as características sociais e económicas de cada região do país. E vamos encontrar estas respostas nos planos de desenvolvimento sanitário que vão ser elaborados nos próximos tempos”, tanto a nível municipal como provincial, declarou Carlos Masseka.
O objetivo é que “todos os cidadãos, independentemente do local onde estejam, possam usufruir do serviço nacional de saúde”, acrescentou o secretário de Estado da Saúde.