Alemanha: Coligação governamental à vista
7 de fevereiro de 2018A notícia foi dada a conhecer esta quarta-feira (07.02), depois de 24 horas de intensas negociações entre os dois partidos.
Após quatro meses de impasse nas negociações entre os partidos de Angela Merkel e Martin Schulz finalmente vê-se luz ao fundo do túnel. Mas o acordo final depende do voto dos militantes do Partido Social Democrata (SPD), nas próximas semanas. O futuro dessa consulta ainda é incerto e os resultados só deverão ser conhecidos nos primeiros dias de março.
Tão fortes são os sinais para um acordo que as duas formações já terão mesmo começado a dividir as pastas ministeriais. Por exemplo, os ministérios das Finanças, dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Sociais deverão ficar com o SPD.
Martin Schulz, ministro dos Negócios Estrangeiros
O líder do SPD, Martin Schulz, deverá ser o chefe da diplomacia alemã, apesar de incialmente ter recusado categoricamente a proposta feita pela União Democrata-Cristã (CDU), o partido de Angela Merkel.
Depois de uma derrota histórica nas eleições de setembro, o líder do SPD recusou propostas da CDU para formar um Governo de coligação. Com 20,5% dos votos, o partido teve o seu pior resultado eleitoral desde 1949.
Em meio a fortes pressões, Schulz deu uma reviravolta, negociou um pré-acordo com Merkel e convenceu o seu partido num congresso extraordinário que deviam iniciar conversas formais, ainda que apenas 56% dos seus correligionários tenha dado o sinal verde.
Sondagens indicam, entretanto, que a maioria dos alemães é contra a coligação do SPD com a CDU.
Schulz tem 62 anos e foi presidente do Parlamento Europeu. Dele espera-se que venha a contribuir para reformas profundas na União Europeia (UE), como pediu o Presidente da França, Emmanuel Macron.
Projetando o futuro
O acordo de coligação governamental pode acabar com um longo período de incerteza política na Alemanha, depois de em novembro ter fracassado a primeira tentativa de Angela Merkel de fazer uma aliança com liberais e verdes.
O país nunca ficou tanto tempo sem Governo depois de eleições legislativas. Após o pleito de setembro, o SPD, que estava coligado com a CDU/CSU na última legislatura, anunciou que iria para a oposição.
A líder da CDU recorreu, então, aos liberais e aos verdes para tentar formar um governo de maioria, mas as negociações fracassaram. Agora, o SPD é tido como a última opção de Merkel em busca de um quarto mandato.
Se os membros do SPD rejeitarem a coligação, restarão apenas duas opções: um governo de minoria ou novas eleições – algo que nunca aconteceu e que pode resultar no fim da era de Angela Merkel.