Alunos farão exames finais a partir do refúgio na Zambézia
18 de novembro de 2015Seis escolas do Ensino Primário, nomeadamente de Cachico, Sabe, Estandeque, Tambacachim, Mapanzica, e Sandeque, no distrito de Morrumbala no sul da Zambézia, estão encerradas, desde a semana passada, devido à tensão político-militar que se vive naquela região.
O porta-voz da Direção Provincial de Educação na Zambézia, Mohamed Ibrahimo, disse à DW África em Quelimane que a medida visa garantir a segurança dos alunos e professores face aos confrontos armados que regularmente têm lugar na região.
Recorde-se que desde o passado dia 30 de outubro, dada a violência dos confrontos armados, a localidade do Sabe foi abandonada pelos seus residentes e tendo muitos deles se refugiado no Malawi, como disse à nossa reportagem Mohamed Ibrahimo.
"Temos cerca de 112 professores e 9.380 estudantes que estão nesta situação. Portanto, as escolas estão encerradas," justificou.
Exames a partir do refúgio
O porta-voz da Direção Provincial de Educação na Zambézia reafirmou que os professores e os alunos que abandonaram a região de Sabe, em Morrumbala, serão reintegrados e farão exames finais nos locais onde se refugiaram desde que se apresentem em qualquer escola primaria.
"Para contornar o assunto, o setor da educação está a tentar absorver essas crianças e os professores que se deslocaram daquela zona de conflito para outras zonas seguras," declarou.
Uma das professoras que leciona em Sabe, que preferiu o anonimato, disse que abandonou a região, deslocando-se para Quelimane, porque a situação continua muito critica.
"A par dessa situação de greve lá, os homens da RENAMO ainda continuam a atuar. Por isso, tive que voltar para cá. Estou há duas semanas aqui em Quelimane," descreveu.
A professora diz lamentar, porque os alunos estarão sem nenhum proveito. "O aproveitamento pedagógico vai ser muito baixo por causa desses problemas," afirmou.
Apelo à paz
Um outra professora precisou, entretanto, que os disparos continuam em Morrumbala, mas terão diminuído de intensidade.
"O que está a acontecer no país é muito grave. Peço ao Governo para que veja esta parte," apelou.
"Veja só, há alunos que não vão fazer os exames por motivo de existirem tiroteios. As escolas estão encerradas. Os pais estão com medo e acabam retendo os filhos. Assim como alguns professores estão a abandonar as escolas por medo,” detalhou a educadora.