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Angola: A "distância enorme" entre governantes e governados

1 de fevereiro de 2017

Em tempo de eleições, os governantes e deputados tentam aproximar-se dos cidadãos. Mas quase não são vistos por eles durante os seus mandatos. Populares ouvidos pela DW dizem que pouco ou nada sabem sobre os políticos.

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Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard

Será que, pelo menos, em tempos de campanha eleitoral os governantes se aproximam do cidadão comum? 

Joaquim Mateus, de 24 anos, diz que não conhece nenhum deputado da atual legislatura. Este residente no município de Luanda também desconhece quem é o administrador da sua zona. "Nunca o vi, nem pela televisão", afirma.

Agora, em ano de eleições, espera que, pelo menos, os deputados e os governantes se aproximem mais dos governados.  

Também Adérito Kassule, residente da zona do Kilamba Kiaxe, em Luanda, pouco sabe sobre os políticos. Diz que conhece alguns, mas não sabe como se chamam: "Já cheguei a ver o administrador da minha zona, mas não conheço o nome."

Angola: A "distância enorme" entre governantes e governados

"Distância enorme"

Existe "uma distância enorme" entre governantes e governados, afirma Hélder Kafala. O docente universitário é autor do livro "Educação Política", publicado no último fim-de-semana, na capital angolana.

"É difícil vermos uma reunião, por exemplo, entre alguns parlamentares e a sociedade civil", exemplifica Kafala.

Depois de eleitos, os deputados angolanos e membros do Governo recebem salários chorudos e andam em viaturas de luxo. Muitos esquecem-se dos seus eleitores.

Educação política

Para combater este distanciamento, o académico defende uma "educação política", tanto para os cidadãos como para os próprios políticos.

"Ao invés de nos tentarmos aproximar dos políticos e os políticos dos cidadãos, vamo-nos educar politicamente", propõe Hélder Kafala. A tarefa de cada angolano seria "olhar para os programas eleitorais e perceber quem é o deputado que vai naquela lista porque, às vezes, elegemos deputados que não conhecemos. Isso é analfabetismo político", diz.

Ao escolher alguém que não conhecem, as pessoas põem os seus direitos em causa, alerta o professor.

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