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Angola: Apoio de peso para candidatura de Mbanza Congo a Património da Humanidade

João Carlos/Lisboa1 de dezembro de 2014

A Universidade portuguesa de Coimbra, ela própria Património da Humanidade da UNESCO, apoia a candidatura de Mbanza Congo a idêntica classificação. E os responsáveis vêem boas hipóteses de sucesso.

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Foto: Universidade de Coimbra

Angola lançou o projeto em 2007 e espera obter a classificação da antiga capital do Reino do Congo, na província do Zaire como Património Mundial da Humanidade. Uma das instituições que apoiam a candidatura é a Universidade de Coimbra, em Portugal, ela própria com larga experiência neste âmbito, já que obteve a classificação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O processo para a organização do dossier respetivo conta com a assistência técnica e científica da instituição.

O projeto para a inscrição do município de Mbanza Congo, situado a norte de Angola, na lista dos patrimónios mundiais da UNESCO está no bom caminho, disse à DW África o reitor da universidade, João Gabriel Silva: “Nós temos um grupo ligado à arqueologia, temos aqui muitas coleções antigas vindas de Angola, e portanto também tínhamos o ambiente necessário para melhor enquadrar o trabalho, e portanto fizeram-nos esse pedido e nós aceitámos de imediato”

“Desenterrar para preservar”

Stadt Mbanza Congo (Angola) bewirbt sich um Weltkulturerbetitel
Trabalho arqueológico em Mbanza CongoFoto: Universidade de Coimbra

O lema do projeto de candidatura é: "Mbanza Congo: cidade a desenterrar para preservar". Há um vasto trabalho de levantamento arqueológico em curso. O processo de escavações começou há três anos para a descoberta e classificação de vestígios históricos e culturais da velha cidade, destinados a sustentar o dossier. A Universidade colocou à disposição de Angola especialistas do seu Centro de Investigação em Antropologia: “Na elaboração do dossier da candidatura há muito estudo a fazer porque Mbanza Congo tem muitos aspetos que não estão devidamente documentados”. Por isso a universidade está a ajudar a construir “todo um conjunto de dados, que permita fundamentar a candidatura”.

O reitor da Universidade, João Gabriel Silva, acredita haver boas razões para a eleição do projeto angolano para Património da Humanidade: “Mbanza Congo representa um conjunto de circunstâncias único ali no norte de Angola, por causa dos reis, da dinastia que lá ocorreu, o seu papel na economia e na política da região. E está relativamente preservado do ponto de vista arqueológico. Principalmente na África subsaariana, e principalmente abaixo do Equador, não haverá muitos mais locais que tenham aquelas caraterísticas.”. Por todas estas razões, Silva acredita que Mbanza Congo tem boas hipóteses de vir a ser classificado.

Uma candidatura promissora

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O projeto ainda está em fase de preparação. Angola visa apresentar o seu dossier completo de candidatura em janeiro de 2015. As decisões sobre as propostas nacionais são tomadas todos os anos pelo Comité de Património da UNESCO. No entanto, o tempo de análise e avaliação dos projetos por parte da organização varia, podendo levar dois a três anos, de acordo com a sua complexidade.

A cidade de Mbanza Congo foi fundada antes da chegada dos portugueses e era a capital de uma dinastia que governava desde 1483. O local foi abandonado durante guerras civis que eclodiram no século XVII.