Angola: Campanha eleitoral arranca oficialmente no domingo
21 de julho de 2017As atividades das formações políticas iniciam oficialmente este domingo (23.07), 30 dias antes do pleito, marcado para 23 de agosto, mas os todos começam a realizar os trabalhos neste sábado (22.07).
Depois de terem realizado a pré-campanha, o que permitiu aos partidos percorrerem as 18 províncias que constituem Angola, as forças políticas que pretendem governar o país começam, neste sábado (22.07), a apresentar com mais vigor as suas promessas eleitoralistas que visam conquistar os votos dos mais de nove milhões de eleitores angolanos.
A campanha de cada candidato
A Aliança Patriótica Nacional (APN) concorre pela primeira vez, apesar do seu presidente, Quintino Moreira, ter já participado nas eleições de 2008 e 2012 com a extinta Nova Democracia. A APN vai fazer a abertura da campanha na província do Uíge, norte do país.
O porta-voz do partido, José Oscar, disse que, entre as várias atividades que vão ser realizadas, o ponto mais alto será a apresentação do manifesto eleitoral. "Sábado vamos apresentar o nosso candidato a Presidente da República e também o nosso manifesto eleitoral. Escolhemos a província do Uíge por ser uma das praças eleitorais do nosso partido", disse José Oscar à DW África.
A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) vai começar a campanha no dia 27 de julho, em Cuito, capital da província do Bié, centro do país. Mas antes disso, segundo o porta-voz do partido independista, João Silva, a FNLA vai realizar um encontro com as mulheres, neste sábado (22.07), e planeia realizar uma marcha em Luanda.
O partido vive um conflito interno que já dura há uma década. No entanto, para João Silva, este "é o ano da FNLA, porque é um partido histórico, cujo primeiro programa foi libertar o país do colonialismo e que quer agora implementar o seu maior programa".
A FNLA destaca a necessidade de resolver questões sociais: "cabe ao eleitorado eleger-nos para depois resolvermos principalmente os problemas socias", afirma João Silva.
Província de Huíla é o centro da campanha para as eleições
O Partido de Renovação Social (PRS) marcou a abertura oficial da campanha eleitoral para sábado (22.07), na província da Huíla, sul do país. O ato de massa vai contar com a presença do cabeça-de-lista, Benedito Daniel, eleito presidente do partido em maio.
A província da Huíla foi também escolhida para arranque da campanha pela Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE). A atual terceira força política em Angola realizou, na manhã desta sexta-feira (21.07), o lançamento do seu programa de governação. No sábado (22.07), o líder Abel Chivukuvuku vai discursar perante os seus militantes e potenciais eleitores.
Segundo Lindo Bernardo Tito, um dos vice-presidentes da CASA-CE, a sua organização conquistou durante os últimos quatro anos vários militantes. No entender do político, a coligação liderada por Chivukuvuku é a única alternativa credível para a governação em Angola, "porque ela assegura assegura uma mudança positiva, pacifica, inclusiva, ordeira e segura".
"É preciso ensinar como o cidadão deve votar"
No dia seguinte, 22 de julho, Isaías Samakuva lidera o comício previsto para o município do Cacuaco, nos arredores da capital, zona, onde o partido do Galo Negro tem muito simpatizantes.
Isaías Samakuva terminou esta sexta-feira (21.07) a sua atividade de caráter político em Huíla. O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) pede que haja tolerância entre os políticos nesta fase da campanha. "É preciso que haja campanha e a tolerância é importante para que o nosso processo eleitoral corra bem. Por isso, apelamos primeiro às autoridades, sobretudo àquelas que conduzem o processo, para que façam tudo de acordo com a lei", disse o político angolano.
Já o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder em Angola desde 1975, escolheu o Huambo para o arranque da campanha eleitoral, liderada por João Lourenço.
O partido que governa Angola há mais de 40 anos continua a caça ao voto da população. O secretário do MPLA na província do Bengo, João Bernardo de Miranda, instruiu os seus militantes a não desistirem de conquistar novos eleitores. "Não tenhamos receio. Temos de ir aos mercados. Temos de bater à porta do vizinho e passar a mensagem do MPLA, mas não basta só passar a mensagem, é preciso também ensinar como o cidadão deve votar", disse João Bernardo de Miranda.
Campanha na televisão e rádio
No dia 23 de julho começam as emissões de tempos de antena na rádio e televisão públicas.
A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) em Angola, Júlia Ferreira afirmou que nenhum partido político deve promover mensagens que gerem violência nos programas que serão emitidos na televisão e na rádio.
"Queremos acautelar situações que possam pôr em causa a paz social, nomeadamente através do conteúdo dos programas que vão ser difundidos na rádio e na televisão", defende Júlia Ferreira.
A porta-voz da CNE apela ao cumprimento da lei: "há uma série de aspetos que na lei são proibidos, nomeadamente atos que indiciem crimes de difamação, crimes de injúria, calúnia, atos que possam promover o incitamento à violência ou atos que ponham em causa a ordem social".