Cidadãos no Bengo pedem melhor acesso à internet

Na província angolana do Bengo, há quem permaneça em pontos livres de acesso à internet entre as 22h e duas horas da madrugada para conseguir navegar melhor na internet.

Paulo Quissanga é um utilizador destes serviços e proprietário de um "cyber" que disse à DW que está a perder clientes por causa da qualidade da internet. 

"Quando uso a net, percebo que não tem estado em perfeitas condições - é muito lenta no processamento. Por mais que insistamos, infelizmente, não tem dado certo".

Janice Neves é outra utilizadora dos serviços de internet e diz que espera melhorias nos serviços, "tanto no acesso, quanto na qualidade", desabafa. 

Falta de manutenção

Recentemente, o Governo angolano disponibilizou 129 pontos de acesso à internet de forma gratuita, mas a falta de manutenção tem tornado cada vez mais difícil o seu uso.

O diretor nacional no Ministério das Telecomunicações,Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Matias Borges, reconhece as dificuldades nos serviços de distribuição de internet.

Esse responsável que respondeu à DW lamentou, por outro lado, a vandalização que os meios técnicos têm sofrido. "Infelizmente, as redes existentes têm sido alvo de vandalismo, [como os] cortes constantes dos cabos de fibra óptica, e outros", explicou

O jornalista e analista Manuel Godinho entende que as dificuldade de acesso e na qualidade da internet podem comprometer o desenvolvimento de Angola.

"Estamos na quarta revolução industrial, um período dominado pelas tecnologias de informação e comunicação, onde ferramentas como a internet são bastantes úteis para o trabalho que se quer sério e para que o país trilhe os caminhos do desenvolvimento. Há toda necessidade de melhorar os serviços", disse.

Até dezembro do ano passado, de acordo com dados oficiais, mais de dez milhões de usuários aderiram aos serviços de internet por banda larga e outros e 23 milhões por rede telefônica móvel.