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TurismoAngola

Angola: Como alavancar o turismo sem todas as condições?

5 de março de 2024

Angola quer mais turista, por isso aposta na promoção externa. É estratégia governamental que inclui a abertura do novo aeroporto de Luanda. Mas operadores privados reclamam da falta de infraestruturas e de preços altos.

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Angola | Marina in der Bucht von Luanda
Foto: Johannes Beck/DW

A promoção externa das potencialidades do turismo, de norte a sul do país, parece ganhar outro impulso sob a tutela do Instituto de Fomento Turístico de Angola, dirigido por Afonso Vita.

"Agora é que nós temos ações concretas viradas para o turismo. Porque Angola isentou os vistos turísticos a 98 países do mundo, onde se incluem países da União Europeia, do G20 e outros. É preciso dizer que, neste grupo, constam os principais emissores de turistas do mundo”, recorda.

O turismo é um dos "setores estratégicos" para a economia angolana, afirma Afonso Vita, para quem Angola "é um destino turístico em desenvolvimento" que já reúne "as condições necessárias" para a prática desta atividade. O diretor-geral assegura que os preços são convidativos, não sendo este um fator de retração.

Vita diz que "os preços também variam. Muitas vezes diz-se que Angola tem em hotelaria um turismo mais caro. Isso não é verdade, porque se sairmos [para] fora de Luanda e mesmo dentro de Luanda, são poucos os hotéis que estão acima dos 100 euros [por] noite.”

Angola tem todas as condições para fazer do turismo um setor "mais apelativo”, considera Geovanya Carmelino, diretora comercial do Palmeiras Suite Hotel. E defende que "a promoção externa é sempre um fator importante.” 

Porém reconhece: "O que acontece, às vezes, é que precisamos de estar ainda a nível interno melhor organizados. Quando todos nós, operadores turísticos, conseguirmos trabalhar numa só vertente e numa só visão, com certeza que estará melhor para podermos alavancar cada vez mais o nosso turismo.” 

Falta de condições

Outros operadores turísticos privados ouvidos pela DW África lamentam a falta de infraestruturas. Dizem que não basta a isenção de vistos. É o caso de Sandra Daniel, diretora comercial da Okuya Adventures, uma agência de turismo baseada no Lubango e que oferece um roteiro turístico para Angola inteira.

E questiona: "[O turista] chega Angola e depois? Rent-a-car, as estradas, a flutuação cambial, os preços, que muitas vezes não são muito atrativos; portanto, há uma série de problemas que ainda não estão resolvidos.” 

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São vários os incentivos necessários para atrair turistas. Sandra Daniel aponta para a importância da promoção externa, que depende também das entidades governamentais.

"Nós como operadores fazemos a nossa parte, mas há coisas que escapam do nosso poder", afirma. E Sandra Daniel chama as autoridades a responsabilidade: "Certamente que em Angola temos muito para melhorar. E aí precisamos mesmo de contar com os apoios do Governo para se definir estratégias macro que facilitem essa captação de clientes”.

Governo ciente das dificuldades

Em reação a estas inquietações, Afonso Vita, diretor-geral do Instituto de Fomento Turístico de Angola, reconhece que, além da facilitação de vistos, há ainda um vasto trabalho a desenvolver, no plano interno e externo, para tornar o país um destino turístico atrativo. As autoridades competentes estão a trabalhar na melhoria das vias de acesso e dos serviços, apostando também na formação.

Vita acrescenta que o parque hoteleiro está a crescer nas 18 províncias do país. É um potencial que será exibido na Bolsa Internacional de Turismo Angola 2024, a ter lugar pela primeira vez, de 2 a 4 de maio, no Lubango, província da Huíla, a sul de Angola. Um dos objetivos é a atração do investimento externo.

Angola foi um dos países africanos participantes na 34ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que terminou no domingo (03.03), e que este ano teve Cabo Verde como país convidado.

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