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Angola: Dois jovens ativistas condenados por desobediência

14 de abril de 2022

Dois jovens ativistas angolanos foram condenados a 40 dias de multa e 60 mil kwanzas (130 euros) de taxa de justiça pelo crime de desobediência. Os restantes 20 arguidos foram absolvidos por falta de provas.

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Foto: DW/N. Sul de Angola

Os dois ativistas têm 20 dias para pagar os 40 dias de multa e 60 mil kwanzas (cerca de 130 euros) de taxa de justiça. Se não o fizerem, a pena será convertida em prisão.

Os ativistas pertenciam a um grupo de 22 jovens julgados sumariamente por tentarem realizar uma manifestação no sábado passado (09.04), em Luanda. Foram acusados dos crimes de participação em motim e desobediência a ordem de dispersão.

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A defesa disse que estava, em geral, satisfeita com a sentença do Tribunal da Comarca de Luanda: "Podemos considerar que não houve realmente uma responsabilização, mesmo aos dois condenados a multa", disse o advogado Zola Bambi.

Um dos jovens absolvidos contou aos jornalistas que nem sequer esteve envolvido no protesto de sábado e criticou a polícia por o ter detido: "Sofri muito [na prisão], aquele lugar não é para mim", afirmou.

"Não tínhamos conhecimento da atividade dos manifestantes. A polícia apareceu, fez vistoria às nossas pastas, receberam os telefones e ordenou que os seguíssemos. Meteram-nas na viatura e fomos levados até a esquadra do bairro Uíge."

A imprensa foi impedida de fazer a cobertura das sessões do julgamento sumário dos 22 jovens, que começou na segunda-feira.

Protestos "vão continuar"

Donito Carlos, porta-voz dos organizadores da manifestação de sábado, lamenta que dois jovens tenham sido condenados a pena de multa por desobediência.

"Ficamos tristes quando vemos um juiz altamente instrumentalizado pelo regime maquiavélico a condenar os dois. Sabemos que são resistentes da liberdade de expressão".

O ativista avisa, por outro lado, que os jovens não se deixam intimidar e anunciou que as manifestações pela libertação dos "presos políticos" vão continuar.

"Vamos continuar a prestar solidariedade aos presos políticos em Angola, a Tanaece e ao Luther, para que sejam postos em liberdade brevemente."

Tanaece Neutro e Luther King foram detidos em janeiro na sequência da greve dos taxistas.

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