Angola encomendou 25 viaturas de luxo para a tomada de posse
5 de novembro de 2017Uma companhia aérea russa especializada no transporte de grandes cargas anunciou ter garantido a entrega, num único voo entre Alemanha e Angola, de 25 "viaturas de luxo" Mercedes, especificamente para a cerimónia de posse do novo Presidente angolano, João Lourenço.
A informação consta de uma nota disponibilizada já este mês pela própria Volga-Dnepr Airlines, consultada hoje pela agência Lusa, na qual acrescenta que as viaturas, numa carga total de 110 toneladas, foram transportadas com recurso a um Antonov 124-100, um dos maiores aviões de carga do mundo, cujo interior foi adaptado para o serviço.
De acordo com a Volga-Dnepr Airlines, com sede em Ulianovsk, na Rússia, o transporte foi feito entre Leipzig e a capital angolana, em nome da embaixada de Angola na Alemanha e consistiu numa frota de 25 viaturas Mercedes de luxo.
Incluía ainda três carros de polícia e dois Mercedes blindados classe G, uma encomenda global de 30 viaturas que a Volga-Dnepr Airlines refere ter sido feita para a cerimónia de tomada de posse de João Lourenço como novo Presidente angolano, a qual teve lugar a 26 de setembro último, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos. Não foram adiantados valores relativos a esta encomenda.
Luxo em tempos de crise
As viaturas descritas pela Volga-Dnepr Airlines correspondem às que são utilizadas normalmente nas caravanas presidências em Angola, que chegam a ser de mais de uma dezena de veículos fortemente armados.
Angola vive atualmente uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da prolongada baixa da cotação do petróleo no mercado internacional, levando a uma quebra para metade nas receitas com a exportação de crude.
Na sexta-feira (03.11), o ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, afirmou que o país enfrenta um "quadro macroeconómico difícil" e que a consolidação orçamental vai obrigar a sacrifícios.
"Tenhamos consciência que não há parto sem dor. Infelizmente, para conseguirmos evoluir para um novo modelo económico, teremos que suportar sacrifícios, que vão resultar da inevitável consolidação orçamental", enfatizou o ministro das Finanças.