Angola: Hospitais do Cuando Cubango gravemente degradados
8 de novembro de 2021Tanto utentes, quanto profissionais sofrem com as pobres condições apresentadas pelos centros hospitalares da província angolana. Por exemplo, no hospital de referência em Menongue, quando chove o edifício fica inundado, provocando choques elétricos às pessoas.
Este facto já tinha sido reportado pelo administrador municipal de Menongue, Augusto Manuel Ndala, que visitou o hospital em outubro. A diretora interina da unidade hospitalar, Débora Tchissoca, afirma que "as condições precárias apresentadas imploram por uma estrutura condigna para um atendimento humanizado”.
Riscos para médicos e pacientes
Vasco António, um trabalhador contratado para prestar serviços na área da eletricidade, lamenta o estado de abandono do edifício. "O hospital está em péssimas condições, quando chove entra muita água que sai pelas tomadas, portanto a equipa que estiver de serviço apanha choques", explica. O funcionário também aponta as camas de ferro como um problema, já que são condutoras de eletricidade, "aquilo é um risco contra o doente e a equipa que estiver de serviço”.
Augusto Manuel Ndala reconhece os problemas do edifício e diz à DW África que a reabilitação total está para breve, obra que está prevista no Plano Integrado de Intervenções aos Municípios (PIIM).
O administrador afirma que melhorar as condições do edifício é uma necessidade, já que este é uma infraestrutura de referência no município, "na segunda fase do PIIM está planeada a reabilitação do hospital, todas as questões administrativas e técnicas já estão acauteladas, só falta lançar o concurso", garante. Ndala diz que a obra é essencial para que a equipa médica possa prestar melhores cuidados aos pacientes, mas não avança datas para a obra.
Soluções para evitar danos maiores
Daniel Nazaré, especialista de saúde na província do Cuando Cubango, diz não compreender porque é que a unidade hospitalar ainda não foi reabilitada. "Os órgãos de competência apropriados devem, ao máximo, oferecer soluções para atendermos à questão antes que nos venha a causar um dano maior", afirma.
O profissional apela aos riscos que o edifício representa para os pacientes, "não é só no período chuvoso que entra água, no período seco entra poeira, que é um atentado à própria saúde dos doentes, que podem padecer de enfermidades extra-hospitalares”.