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João Lourenço admite descida do preço dos combustíveis

Lusa
14 de maio de 2022

O Presidente angolano admitiu que os preços da gasolina podem descer nos próximos meses devido ao aumento da oferta de produtos refinados. João Lourenço discursou num comício, no Huambo, como presidente do MPLA.

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João Lourenço, Angola Präsident
Foto: Getty Images/M. Spatari

João Lourenço cumpriu este sábado (14.05), no Huambo, mais uma etapa das suas visitas às províncias em tom de pré-campanha eleitoral, seguindo o modelo adotado nas anteriores deslocações ao Cunene e a Cabinda: começou com inaugurações, nas vestes de chefe de Estado, e culminou com um ato de massas, como líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder em Angola desde a independência em 1975.

Tal como nos discursos anteriores, João Lourenço apontou várias conquistas do atual governo, evocando o centenário do nascimento de Agostinho Neto, primeiro presidente do país, para lembrar as suas "sábias” palavras, afirmando o empenho em "resolver os problemas do povo".

"É o que temos vindo a fazer ao longo do nosso mandato, um pouco por todo o país", disse apontando uma série de infraestruturas nas áreas de habitação, saúde, agua e energia e que são também oportunidades de emprego.

João Lourenço em Cabinda
Antes do Huambo, JLo já tinha estado em Cabinda e Cunene, enquanto presidente do MPLAFoto: Simão Lelo/DW

Falou também sobre as eleições, previstas para agosto, apelando a que todos exerçam o seu direito de voto, não só para dar a vitória ao MPLA, mas para "garantir que esse esforço de resolver os problemas do povo continue" e prometeu que, no próximo mandato, fará muito mais, porque "não vai haver covid nem 19, nem 20, nem 21".

Missão de atingir pleno emprego

A missão é também atingir o pleno emprego, continuou, afirmando que esta pode ser conseguida se houver conjugação entre o publico e o privado.

O líder do MPLA abordou também a crise económica provocada pelo conflito na Ucrânia, que fez disparar os preços dos combustíveis e dos bens alimentares, sublinhando que o país se tem estado a prepara para enfrentar o choque desta crise energética e alimentar

"Felizmente, tivemos a visão de não nos contentarmos em ser apenas um grande produtor de petróleo em bruto”, disse, lembrando que as pessoas e as indústrias, consomem produtos refinados, como o gasóleo e gasolina.

"Gabávamo-nos de sermos um grande produtor de petróleo, mas éramos também um grande importador de derivados de petróleo, uma situação que estava muito errada”, salientou João Lourenço, apontando o desenvolvimento recente das refinarias no país.

Ölproduktion in Angola
João Lourenço apontou o desenvolvimento recente das refinarias no paísFoto: MARTIN BUREAU/AFP/Getty Images

Embora não esteja ainda resolvido o problema da refinaria do Lobito, João Lourenço, disse que se criaram condições para que o setor privado investisse em refinarias mais pequenas, acrescentando que ainda este ano Cabinda vai iniciar a produção e na sexta-feira foi lançada  primeira pedra da refinaria do Soyo, esperando-se produzir 160 mil barris/dia nas duas refinarias em 2025.

Aumento da oferta

Além disso, anunciou que, em junho, a refinaria de Luanda vai passar a produzir quatro vezes mais gasolina, um aumento de oferta que pode significar um descida dos preços a partir de junho ou julho.

Falou ainda sobre a necessidade de reduzir o peso da economia informal, insistindo que o emprego "é um direito que cabe a todos os cidadãos” e destacou que cerca de 150 mil vendedores saíram da informalidade com a implementação do PREI (Programa de Reconversão da Economia Informal).

Indicou também outras medidas que o executivo tem tomado para baixar o custo de vida dos cidadãos como a redução do IVA em alguns produtos, aumento do valor do salário mínimo e  reserva alimentar estratégica, voltando a lançar um apelo ao aumento da produção de alimentos, não só para consumo interno, mas para exportação.

E porque "nem só de política vive o homem”, João Lourenço terminou o comício, anunciando que antes de agosto, vai começar a ser construído um estadio no Huambo.

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