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Grevistas e empreiteiro têm 15 dias para chegarem a acordo

Lusa
31 de maio de 2022

O ministro da Energia e Águas estabeleceu 15 dias para que trabalhadores do projeto hidroelétrico de Caculo Cabaça e a direção da empreiteira coloquem fim ao impasse que originou reivindicações e morte de trabalhadores.

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Hospital Josina Machel
Nos confrontos, duas pessoas morreram, uma no local e outra no Hospital Josina Machel, em LuandaFoto: Borralho Ndomba/DW

João Baptista Borges reuniu-se na sexta-feira (27.05) com os trabalhadores grevistas envolvidos na construção da hidroelétrica de Caculo Cabaça, província do Kwanza Norte, que "exigem” aumento salarial, melhores condições laborais, alimentação e assistência médica e medicamentosa.

As preocupações dos trabalhadores, plasmadas num caderno reivindicativo, centraram a conversa que o governante angolano manteve com os trabalhadores e a direção da empreiteira chinesa CGCG (China Gezhouba Group Company).

Após auscultar as partes, João Baptista Borges exortou estas a "encontrarem entendimento dentro dos marcos da lei, tendo apontado os próximos 15 dias como data razoável para assinatura de um acordo entre as partes”, lê-se num comunicado da entidade ministerial.

Angola Luanda Spezialeinheit der Polizei
Durante o confronto alguns disparos da polícia atingiram oito cidadãosFoto: Borralho Ndomba/DW

Trabalhadores alegam incumprimentos

O encontro surgiu após dois trabalhadores angolanos, que trabalhavam neste projecto, terem sido mortos em confronto com a polícia, na quinta-feira passada, quando reclamavam contra o empreiteiro, alegando incumprimentos, como informaram as autoridades.

Segundo um comunicado do comando provincial do Kwanza Norte, os trabalhadores insatisfeitos terão protagonizado um ato de vandalismo envolvendo bens patrimoniais (viaturas, geradores, material de escritório, portas e janelas), na quarta-feira, no interior do projeto hidroelétrico, "alegando incumprimentos dos pontos do caderno reivindicativo apresentado à identidade patronal”.

No dia seguinte, de acordo com a nota, o grupo de trabalhadores "continuou o ato de rebelião, tendo investido de forma violenta visando a vandalização das instalações e ataque à integridade física dos cidadãos chineses”.

Num "cenário de confrontação", as forças policiais que se deslocaram ao local "foram envolvidas pelos manifestantes munidos de objetos corto-contundentes, facto que motivou a utilização de armas de fogo, tendo alguns disparos atingido oito cidadãos”.

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