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Angola: Ministro admite que há polícias que "cometem erros"

Lusa
5 de setembro de 2024

O ministro do Interior de Angola, Eugénio Laborinho, admitiu, em Luanda, que alguns agentes da Polícia Nacional "lamentavelmente cometem erros", que por vezes terminam em mortes, sendo responsabilizados pelas suas ações.

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Eugénio Laborinho, ministro do Interior de Angola
Eugénio Laborinho considera que "os partidos políticos não devem ser veículos, nem instigadores de atos de alteração da ordem pública"Foto: Borralho Ndomba/DW

"Reconhecemos que no cumprimento do dever, os nossos agentes, lamentavelmente, cometem erros, alguns dos quais culminam com a perda de vidas humanas", disse Eugénio Laborinho, que na quarta-feira (04.09) recebeu o líder do partido político Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes.

Na sua intervenção inicial, Eugénio Laborinho referiu que "sempre que as circunstâncias o exijam" têm sido instaurados processos de inquérito, de averiguação, disciplinares e criminais, contra os envolvidos, cujas medidas são aplicadas conforme os casos concretos.

"Daí que temos nos estabelecimentos penitenciários do país efetivos condenados por prática de crimes militares e comuns, além daqueles que foram sancionados com a expulsão da corporação por má conduta", referiu Eugénio Laborinho, salientando que em 2023 foram expulsos 46 efetivos e, no primeiro semestre deste ano, outros 32.

Segundo o ministro, o Ministério do Interior e os seus distintos órgãos estão comprometidos a respeitar a Constituição da República de Angola, bem como promover e defender os direitos humanos e o exercício da cidadania.

Polícia detém ativistas durante um protesto em Luanda (imagem de arquivo)
"Reconhecemos que no cumprimento do dever, os nossos agentes, lamentavelmente, cometem erros, alguns dos quais culminam com a perda de vidas humanas", disse Eugénio LaborinhoFoto: José Adalberto/DW

O governante angolano sublinhou que o Ministério do Interior é parceiro estratégico da sociedade civil, no âmbito da manutenção da ordem e segurança públicas, contando com o apoio do Bloco Democrático nas ações de sensibilização dos cidadãos, "para que se abstenham da prática de atos de desobediência às autoridades, agressão física, vandalização de bens públicos e danos ao património de particulares".

"Em nosso entender, os partidos políticos não devem ser veículos, nem instigadores de atos de alteração da ordem pública, tão pouco devem promover o ódio, a calúnia e a difamação contra entidades públicas e privadas", declarou.

Manifestação para questionar comportamento da Polícia

Filomeno Vieira Lopes solicitou uma audiência, para antes do dia 31 de agosto, data em que estava marcada a realização de uma manifestação, ao ministro do Interior para questionar o comportamento da Polícia.

O líder do Bloco Democrático, partido político que integra a Frente Patriótica Unida (FPU), plataforma que integra a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, e o projeto político de Abel Chivukuvuku, PRA-JA Servir Angola, pretendia manter um diálogo antes da manifestação, "para se evitar repressão ao invés da ação de proteção como postula a lei".

De acordo com Eugénio Laborinho, não foi possível realizar-se antes o encontro "devido à sobreposição de tarefas inadiáveis".

No sábado, um grupo de pessoas pretendia manifestar-se, na capital angolana, contra a Lei dos Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos, mas a tentativa de protesto foi travada pela Polícia, com a detenção de dezenas de ativistas. A manifestação foi travada pela polícia, por não estar autorizada, tendo sido detidos no local da concentração, cemitério de Santa Ana, vários ativistas e um jornalista.

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