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Angola: MPLA desmente denúncia da UNITA

27 de maio de 2017

Partido do Galo Negro diz que dois militantes ficaram gravemente feridos em emboscadas coordenadas pelo MPLA. Governador do Kuando Kubango, Pedro Mutindi, acusa a UNITA de propagar mentiras.

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UNITA Flagge auf einer Kundgebung in Huambo in Angola
Foto: DW/N. Sul D'Angola

O governador e primeiro secretário provincial do MPLA no Kuando Kubango, Pedro Mutindi, disse em entrevista à DW África que a UNITA está "a criar factos políticos”, em resposta às denúncias feitas na quarta-feira (24.05) , pelo dirigente provincial da UNITA no Kuando Kubango, Adriano Sapiñala, que afirma ter sido alvo de uma tentativa de assassinato por parte de militantes e apoiantes do MPLA, o partido no poder.

Segundo Sapiñala, dois dos militantes do maior partido da oposição ficaram gravemente feridos e algumas viaturas foram danificadas. A UNITA diz ainda que terão participado nas emboscadas elementos da Casa Militar do Presidente da República, destacados naquela região.

Incidente "mancha bom nome da província”

Angola Kuando Kubango - Adriano Sapiñala
Adriano SapiñalaFoto: Privat

Adriano Sapiñala afirma que os incidentes tiveram lugar em Mavinga, quando a caravana em que seguia se dirigia para um dos municípios do interior da província, numa atividade de mobilização eleitoral: "Nessas duas emboscadas atiraram-nos pedras. Dois companheiros ficaram feridos e os vidros de três viaturas foram danificados. Bloquearam a via toda e todos os acessos ao município do Mavinga com camiões, efectivos da casa militar e da polícia da fauna, armados”, descreve. "Tudo isso para impedir que nós saíssemos”, acrescenta o dirigente da UNITA, que fala numa ação de violência e intolerância política coordenada pelos dirigentes máximos do MPLA no Kuando Kubango, particularmente o seu primeiro secretário e governador da província, Pedro Mutindi.

"Sao os mesmos que nos atacaram no périplo do ano passado”, diz Sapiñala, referindo-se ao incidente envolvendo elementos da UNITA, incluindo deputados, que provocou a morte de três pessoas em 2016, em Benguela.

"É preciso perceber que ele, como governador, é entidade maxima da província. Se queremos manter o bom nome da província, ele deve ser o primeiro a combater esse tipo de comportamento”, considera Sapiñala. "Nós estivemos na administração daqui do Rivungo e ouvimos que, às vezes, o que chateia as pessoas é a UNITA dizer que vai ganhar as eleições. E dizer que a à UNITA vai ganhar é crime?”, questiona o dirigente da oposição.

MPLA rejeita acusações

26.05.2017 MPLA/UNITA-incidentes -Benguela - MP3-Mono

Confrontado com estas acusações, o governador provincial do Kuando Kubango, igualmente secretário do MPLA naquela província, Pedro Mutindi, respondeu que o secretário da UNITA - a quem chamou "miúdo” - está a propagar mentiras.

"A UNITA sempre mente. Este tal delegado da UNITA que se ponha no seu devido lugar”, diz Mutindi. "A UNITA cometeu crimes neste país. Fomos nós que perdoámos. Agora se ele nao tem apoiantes, não encontra pessoas, devido à sua fraqueza e à sua incoerência, e quer criar factos politicos e atribuí-los a um governante, nós nao queremos perder tempo”, sublinha .

O governador do Kuando Kubango vai mais longe, afirmando não ter "mais paciência para aturar essa miudagem”. "Ele passa pelo Kuito Kuanavale, onde naturalmente a UNITA esteve a massacrar a populaçao, pode ter havido um indivíduo que atirou uma pedra. E é muito natural isso. Agora ele que vá atrás de quem atirou a pedra e nao acuse o MPLA”.