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Angola: "O MPLA não tem medo" da destituição

29 de julho de 2023

"Venha o voto secreto, para eles [UNITA] levarem uma surra definitiva", disse o porta-voz do partido no poder em Angola, Rui Falcão, num ato político de massas realizado este sábado (29.07), em Luanda.

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Da esquerda para a direita: Manuel Homem (primeiro secretário do MPLA), Paulo Pombolo, (secretário-geral do MPLA), Hermelindo Pereira (segundo secretário do MPLA em Luanda)Foto: Borralho Ndomba /DW

O porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão, garantiu na manhã deste sábado que o partido no poder não teme a pretensão da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido da oposição) de destituir João Lourenço da Presidência da República.

Falcão, que falava à margem do ato político de massas realizado pelo partido na capital, Luanda, afirmou que nenhum deputado vai votar a favor do impeachment.

"Venha o voto secreto, para eles [UNITA] levarem uma surra definitiva. Se é o que querem, e se a lei permitir, o MPLA não tem medo disto. E 100% dos deputados do MPLA não vão votar a favor disto", garantiu.

O jurista e membro do Comité Central do partido dos camaradas, Tito Cambanje, acrescentou que a iniciativa da UNITA não tem fundamento jurídico e visa criar facto político. A ideia do partido do Galo Negro, segundo o jurista, é desacreditar o Executivo diante da comunidade internacional. "É muito importante acalmar as pessoas. Em Angola existe uma Constituição que prevê que em que condição a destituição deve ser feita", afirma.

"A lei é o nosso limite e, até agora, nem se quer no documento que a UNITA apresentou há artigo da Constituição. Isso revela amadorismo por parte de um partido que se diz ser a segunda maior força política de Angola. Está claro. É amadorismo da parte deles", critica.

Politische Massenaktion der MPLA
Cartaz da juventude do MPLA no ato político de massas deste sábadoFoto: Borralho Ndomba /DW

Apoio a João Lourenço

O ato político de massas deste sábado, em que se apelou ao apoio a João Lourenço, serviu também de relançamento das "jornadas políticas e patrióticas - Meu CAP, meu partido". A atividade foi realizada em todo o país.

Em Luanda, o evento foi dirigido pelo primeiro secretário do MPLA, Manuel Homem, que fez ataques ao maior partido da oposição. O dirigente partidário explicou que o programa relançado nas 18 províncias angolanas visa aproximar a direção do partido aos militantes de base.

"O MPLA é forte porque a sua base é forte. Devemos orientar o partido na base e caminharmos juntos até a vitória em 2027", disse Manuel Homem aos militantes que ouviam o seu discurso no Largo das Escolas, na capital angolana.

Manuel Homem, que é também o governador da província de Luanda, afirmou que é necessário que os militantes e os cidadãos defendam com frequência o Presidente da República, João Lourenço: "Não se deixem enganar por campanhas infantis, movidas por aqueles que não querem o bem do povo, que não querem o progresso do país, criando manobras de diversão".

Politische Massenaktion der MPLA
Manuel HomemFoto: Borralho Ndomba /DW

Ataques à UNITA

O político acusou o partido liderado por Adalberto Costa Júnior de estar contra o povo angolano desde a independência do país e recorreu ao passado para sutentar a sua tese: "Estiveram contra Angola e o povo angolano quando violaram o protocolo de Lusaka de 1994, e voltaram à guerra", acusou.

"Mostram novamente estar contra Angola e o povo angolano, quando pela via da subversão tentam tomar o poder o poder por meios não democráticos", afirmou Manuel Homem.

O MPLA, continuou, quer que a oposição apresente ideias que solucionem os problemas que o país enfrenta. Para o político, a oposição que defende a destituição do chefe de Estado é "inimiga da estabilidade nacional" e, por isso, alertou os militantes a estarem vigilantes aos planos da UNITA.

"Perante este quadro, não nos resta outro caminho. Temos que cerrar fileiras em torno do camarada presidente João Lourenço, eleito Presidente da República democraticamente pela maioria do povo angolano", frisou.

Este foi o primeiro ato político de massas do MPLA em Luanda, depois de ser derrotado pela UNITA na capital. Apesar disso, o partido de João Lourenço alega ter o controlo da província.

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