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Criminalidade

Angola: "Operação Resgate" terá caráter "repressivo"

Lusa
26 de outubro de 2018

Comandante-geral da polícia angolana anunciou que a "Operação Resgate", que arranca em novembro para repor a autoridade do Estado, combater o crime e a imigração ilegal, terá um caráter "repressivo e pedagógico".

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Foto: DW/B. Ndomba

Paulo de Almeida, que falava durante uma formatura dos efetivos da corporação, que decorreu no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais de Angola, no distrito urbano do Camama, em Luanda, disse que o nível de criminalidade no país "ainda é preocupante".

Para o comissário-geral da polícia angolana, os níveis de crime no país registam-se, sobretudo, nas principais capitais das províncias, uma situação que, observou, a corporação vai continuar a combater. "Queremos baixar consideravelmente os níveis de crimes para que isso traga aos cidadãos um maior sentimento de segurança", disse, realçando que a "Operação Resgate" será levada a cabo em todo o país.

Segundo o comandante geral da polícia de Angola, o facto de o país estar a viver uma "situação económica, financeira e social difícil" tal "não deve representar o aumento de níveis criminais". "Não podemos permitir isso e temos de garantir maior estabilidade, sossego, tranquilidade e paz para os cidadãos", adiantou.

Resgatar autoridade do Estado

O "resgate da autoridade do Estado" foi assinalado como um dos principais fundamentos da "Operação Resgate", anunciada na quarta-feira (24.10), que deve envolver todos os efetivos da polícia angolana e órgãos de justiça, administrativos e de segurança.

"Queremos resgatar a autoridade do Estado que, por vezes, dilui-se na confusão. Queremos resgatar a ordem, o civismo, a dignidade", apontou.

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Na formatura, que concentrou cerca de 4.000 efetivos da polícia angolana ligados às distintas brigadas que a compõem, Paulo de Almeida exortou ainda a população à "compreensão" da operação, que terá caráter "repressivo, pedagógico e orientador". "Não teremos só um papel iminentemente repressivo, mas também um insinuador de boas práticas e bons costumes", realçou.

Combater a venda ambulante desordenada, a venda ilegal de aparelhos de comunicação nas ruas ou mercado e a insalubridade pública fazem parte também as ações a serem desenvolvidas em toda Angola no âmbito da "Operação Resgate".

Combate à imigração ilegal

Na quarta-feira, o diretor do gabinete de comunicação institucional e imprensa do Comando Geral da Polícia Nacional de Angola, Orlando Bernardo, anunciou a operacionalização, a partir de novembro, da "Operação Resgate" para combater à "criminalidade e imigração ilegal", bem como as más práticas sociais em todo país.

"A operação vai levar o tempo que for necessário para repor autoridade do Estado, a ética e a postura dos cidadãos em torno dos bens públicos, pois é necessário que a população perceba a intervenção das autoridades em prol do seu bem-estar", concluiu.

Paralelamente, está a decorrer desde 25 de setembro a "Operação Transparência", em sete províncias angolanas Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Bié, Malanje, Uíje e Zaire, que visa o combate à imigração ilegal e à exploração indevida de diamantes.

A operação registou já o "repatriamento voluntário" de mais de 380.000 cidadãos estrangeiros, a apreensão de mais de um milhão de dólares, 17.000 quilates de diamantes, 51 armas de fogo e o encerramento de centenas de casas de compra e venda de diamantes e 91 cooperativas.