Angola: Para quando a reabertura das praias?
9 de fevereiro de 2022Uma semana depois da atualização das medidas do estado de calamidade pública em Angola, a vigorar até 28 de fevereiro, aumentam as críticas à decisão do Governo angolano de manter interdito o acesso às praias.
Com as elevadas temperaturas que se registam por esta altura do ano no Bengo, o jovem Bruno Único entende que já é altura de voltar aos mergulhos. "Há necessidade de abrir as praias, visto que o nosso clima não ajuda muito e a temperatura em si não nos permite ficar sem uso das praias", afirma. "Contudo, caso abram as praias, que usemos conforme as leis", ressalva.
Angola aligeirou algumas das medidas em vigor no combate à pandemia, reabrindo, por exemplo, as discotecas. Na visão de Rodrigues Delgado, residente em Caxito, as zonas balneares representam menos perigo. "Haverá mais chances das pessoas irem para praia e outros em função das restrições deixarão de ir à discoteca, por que é uma prática que muitos desacostumaram. Há muito mais risco em frequentar uma piscina ou discoteca do que ir pra praia", considera.
A DW tentou, sem sucesso, ouvir o secretário de Estado da Saúde e a Diretora Nacional da Saúde Pública acerca da manutenção do encerramento das praias.
Tudo a postos para a reabertura
Médicos como António Martins defendem a reabertura, salientando as vantagens para a saúde: "Vai contribuir para que as pessoas melhorem, se distraiam, ocupem os tempos livres, façam desporto. Mesmo sem ter estes interesses, mas ficar lá pra contemplar o mar, a beleza da paisagem, faz bem à nossa saúde mental".
Para já, não há sinal de cedência das autoridades. Mas o Comandante Províncial dos serviços de Proteção Civil e Bombeiros do Bengo, Faustino Camões, diz que as forças estão prontas para garantir a segurança quando as zonas balneares reabrirem. "Os bombeiros estão sempre preparados para o asseguramento das praias", sublinha.
Enquanto se aguarda a rebaertura das praias e numa altura em que, aos poucos, os angolanos se vão acostumando a viver com a pandemia, o jornalista Alfredo Ferreira aconselha a vacinação em massa.
"Uma vez que os estabelecimentos vão abrindo, a praia sei que tarde ou cedo vai abrir, é necessário que possamos estar vacinados, para que não tenhamos um choque", afirma.