Angola: Professores universitários vão entrar em greve
4 de novembro de 2021Na reunião entre o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) e o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), que decorreu em Luanda, nesta quarta-feira (03.11), os docentes universitários não viram atendidas as suas exigências, nomeadamente melhores salários, seguro de saúde, fundos para a investigação científica, a eleição de gestores das universidades e a melhoria das infraestruturas de instituições de ensino. O sindicato decidiu, por isso, convocar uma greve para o dia 10 de novembro.
"Ainda não podemos falar em levantar a greve, a não ser que antes de dia 10 haja garantias de a coisa ser funcional”, afirma o secretário para informação do SINPES, António Filipe Augusto. Para o docente universitário, a falta de eleições da reitoria das universidades contribui para a má gestão das instituições.
Menor poder de compra requer aumentos salariais
Para Augusto, os aumentos salariais são essenciais para a recuperação do poder de compra dos docentes. À data da fixação de salário, "300 mil kwanzas eram cerca de 3.000 dólares. Hoje, quanto são 300 mil kwanzas em relação ao dólar?”, pergunta o sindicalista.
Governo planeia segunda ronda de negociações
Eugénio Silva, secretário de Estado para o Ensino Superior, diz que a reunião foi produtiva, porque permitiu analisar com detalhe os elementos do caderno reivindicativo. O secretário de Estado insiste em dialogar com os docentes universitários. "Queremos convidar o SINPES para a nova ronda negocial com base em pontos específicos que ficaram aqui acordados. Assim podemos dar continuidade à negociação”, afirma.
A greve dos professores universitários anunciada para a próxima quarta-feira (10.11) coincide com os protestos dos estudantes angolanos contra o aumento das propinas e emolumentos nas instituições de ensino geral na ordem de 15% e de 25% para o Ensino Superior. Tal como os docentes, os estudantes exigem melhores condições nos estabelecimentos de ensino.