Angola: UNITA responsabiliza Governo por difamar o seu líder
24 de março de 2021Adalberto Costa Júnior, líder do maior partido da oposição em Angola, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), tem sido alvo de debates "caluniosos" na imprensa controlada pelo Governo angolano.
Segundo o partido do "Galo Negro", os órgãos públicos de comunicação social e alguns privados tutelados pelo Estado foram "instruídos" a "eleger Adalberto Costa Júnior como um alvo a abater".
Numa declaração política lida esta quarta-feira (24.03) pelo secretário para a informação do partido, Marchal Dachala, estão a ser usadas "bocas de aluguer" para incriminar o líder da oposição.
UNITA nega financiamento de manifestações violentas
Também o secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikwamanga, se insurgiu contra a campanha vista como difamatória que visa Adalberto Costa Júnior, negando as acusações de que a sua liderança esteja a financiar "manifestações violentas" para criar uma crise política até às eleições gerais de 2022.
"Vão [ter com] essas pessoas que dizem ter sido financiadas, que digam onde foram receber o dinheiro. Precisamos de dinheiro para fazer outras coisas. Temos muitas preocupações, porque queremos ganhar eleições", reagiu Álvaro Chikwamanga.
"O nosso dinheiro tem a cor dos nossos heróis. Não vai ser usado de forma irresponsável. Meus senhores, vocês não vão encontrar ninguém a dizer que a UNITA me disse para fazer manifestações violentas. Não precisamos disso", asseverou.
O secretário-geral da UNITA disse, por outro lado, que os militantes estão solidários com o líder do partido eleito em novembro de 2019.
Para Álvaro Chikwamanga, os ataques contra Adalberto Costa Júnior representam uma agressão dirigida aos militantes e partido.
"Temos dito que a UNITA e o presidente da UNITA são uma única coisa. E aqui ficou claro pela leitura do secretário Marcial Dachala, que quem ataca o presidente da UNITA, ataca a UNITA", frisou.
Por outro lado, a questão sobre a nacionalidade portuguesa de Adalberto Costa Júnior é tida como um "não assunto" pelo partido dos "maninhos".
A direção do partido diz que se o seu líder não abdicasse da nacionalidade lusa, o Tribunal Constitucional não o reconheceria como líder da UNITA.
UNITA pede provas
Por seu turno, a vice-presidente do partido, Arlete Chimbinda, desafia os que acusam Adalberto Costa Júnior a apresentarem provas dos alegados crimes.
"Não me lembro de nenhuma alínea do regimento da Assembleia Nacional que exija certificado de habilitações", começou por criticar.
"Se ele é ou não é engenheiro, quem acha que não é, que apresente provas de como ele não é engenheiro. Eu pessoalmente, sei que ele é e conheço a escola onde se formou. Então, quem quer dizer o contrário que prove", concluiu.