Angolanos atentos à pré-campanha eleitoral
19 de abril de 2017Agosto aproxima-se a passos largos e os partidos não perdem tempo - principalmente os partidos que têm assento no Parlamento. A caça ao voto ainda não começou oficialmente, mas os políticos já correm o país, tentando cativar eleitores.
João Lourenço, o candidato do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), esteve no início do mês em Cabinda, por exemplo. Isaías Samakuva, o candidato da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), foi à província angolana do Zaire e o candidato da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, promoveu um ato de massas para assinalar os cinco anos de existência da coligação.
Todos prometem mudanças, se ganharem as eleições deste ano. Mas o cidadão angolano Domingos Gravata dos Anjos diz que é ao povo que cabe a decisão final. "Os partidos estão ali a concorrer e cada um está a procurar puxar a população para as suas propostas. Nós o povo é que vamos avaliar qual é o partido com a melhor proposta".
O silêncio dos partidos
Mas o "silêncio" de alguns partidos não passa despercebido aos cidadãos ouvidos pela DW África na capital angolana. Luciano Dala menciona os partidos históricos Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e o Partido de Renovação Social (PRS).
Dala diz que é preciso "afinar" a máquina partidária. "Devem tentar entrar nessa corrida com garra, porque é nesta fase que o povo angolano vai poder decidir, é nesta fase que o povo vai poder escolher os governantes através do voto".
Em Angola, sobretudo no sul do país, são frequentes os atos de intolerância política entre os militantes dos principais partidos.
Mas o cidadão José Benguela está contente por, este ano, ainda não se terem registado situações "de relevo". "Não há confusão, não há nada, com certeza absoluta que tudo vai correr muito bem", prevê o eleitor.
Em que dia se vota?
Na terça-feira (18.04), o Ministério da Administração do Território entregou à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) o Ficheiro Informático dos Cidadãos Maiores, onde estão os dados provisórios do registo eleitoral.
Por isso, Luciano Dala pergunta agora: "Queremos saber da própria CNE quando é que vai começar o voto. Queremos saber o dia do voto".
O dia do voto, segundo a Constituição angolana, é anunciado pelo chefe de Estado três meses antes do fim do seu mandato e dos deputados da Assembleia Nacional. Já falta pouco.