Apelos mundiais à contenção entre israelitas e iranianos
19 de abril de 2024A ONU apelou a que as duas partes e países terceiros façam tudo para diminuir a tensão e admitiu que a situação já é, por si mesma, preocupante. "Pedimos a todas as partes que tomem medidas para diminuir [a tensão da] situação", afirmou o porta-voz do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), Jeremy Laurence.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou a Israel e ao Irão para que "se abstenham de qualquer ação adicional", depois de relatos de uma retaliação israelita contra o Irão. "É absolutamente necessário que a região [Médio Oriente] permaneça estável e que todas as partes se abstenham de qualquer ação adicional", disse a presidente do executivo comunitário, em Helsínquia.
A França também pediu "a todos os parceiros da região ao desanuviamento e à contenção", declarou o ministro francês para a Europa, Jean-Noël Barrot, à Rádio Sud. "É sem dúvida um pouco cedo para poder comentar o que aconteceu na noite de ontem [quinta-feira]", acrescentou Barrot, sublinhando que o Presidente francês, Emmanuel Macron, falará "no devido tempo".
O chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, que preside uma reunião dos seus homólogos do G7 em Capri, apelou ao controlo da situação. "Pedimos a todos que sejam cautelosos e evitem a escalada. O G7 quer uma desescalada absoluta numa região dominada por graves tensões", declarou o ministro italiano na televisão pública RAI.
"Como Governo, reconhecemos muito claramente que Israel tem o direito de se defender. Na verdade, juntámo-nos a outros para fazer exatamente isso quando o Irão realizou um ataque muito significativo contra Israel no fim de semana passado", declarou ministra do Trabalho e Pensões britânica, Mel Stride, à rádio Times.
A China disse ter tomado conhecimento das notícias da imprensa e "opõe-se a qualquer ação que possa levar a uma escalada de tensões", disse Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa.
O sultanato de Omã "condena o ataque israelita a Isfahan, na República Islâmica do Irão, bem como a repetida agressão militar de Israel na região", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã num comunicado de imprensa publicado na rede social X.
O Kremlin pediu contenção às partes, mas escusou-se a apontar eventuais responsáveis pelo ocorrido esta madrugada.
"Continuamos a encorajar as partes a exercerem contenção e a absterem-se de qualquer ação que possa provocar uma nova escalada numa região tão sensível", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
"Não temos comentários neste momento", disse um porta-voz do exército israelita, citado pela agência de notícias francesa AFP, sobre as explosões.
A Casa Branca também não fez ainda comentários oficiais.
Exército do Irão confirma ataque de drones
De acordo com a cadeia de televisão norte-americana ABC News, que citou um responsável dos Estados Unidos, Israel lançou um ataque contra o Irão, em retaliação pelos drones e mísseis iranianos disparados contra Israel no passado fim de semana.
Ao mesmo tempo, a TV oficial iraniana dava conta de informações sobre "fortes explosões" na província de Isfahan, no centro do país.
O Irão ativou a defesa aérea em várias províncias, na sequência de informações sobre pelo menos uma explosão no centro do país, avançou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
Posteriormente, as autoridades militares iranianas indicaram que os sistemas de defesa do país "dispararam contra objetos suspeitos" que não causaram danos, no meio de especulações sobre um possível ataque de mísseis israelitas.
O Exército iraniano não esclareceu se Teerão vai responder ao alegado ataque de Israel contra Isfahan, centro do Irão, indicando apenas que os sistemas de defesa neutralizaram "micro drones".
"Graças à nossa vigilância, os objetos voadores foram atingidos", disse o comandante-chefe do exército iraniano, major-general Abdul Rahim Mousavi, à agência de notícias de defesa iraniana Defa Press. "Não registámos quaisquer danos ou acidentes", acrescentou.
Embaixada dos EUA em Israel em alerta
A Embaixada dos Estados Unidos em Israel emitiu esta sexta-feira um alerta de segurança, no qual avisa os seus funcionários e familiares das restrições às deslocações pessoais numa série de áreas.
"Por uma questão de prudência, na sequência de informações segundo as quais Israel conduziu um ataque de retaliação no interior do Irão, os funcionários do governo dos Estados Unidos e os membros das suas famílias estão proibidos de viajar para fora da área metropolitana de Telavive (incluindo Herzliya, Netanya e Even Yehuda), Jerusalém e Be'er Sheva até nova ordem", informou a Embaixada dos EUA.
O aviso recorda ainda aos cidadãos norte-americanos a "necessidade contínua de cautela e de uma maior consciencialização pessoal em matéria de segurança, uma vez que os incidentes de segurança ocorrem frequentemente sem aviso prévio".
A Embaixada destaca também que "o ambiente de segurança continua a ser complexo e pode mudar rapidamente em função da situação política e dos acontecimentos recentes".
A Austrália também pediu hoje aos seus cidadãos para saírem de Israel e dos territórios palestinianos, "se estiverem confiantes de que o podem fazer em segurança", tendo em conta a "forte ameaça de retaliação militar e de ataques terroristas", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa nota.