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Associação de Taxistas pede clemência para taxistas presos

Manuel Ribeiro / Pedro Borralho Ndomba (Luanda)6 de outubro de 2015

Pelo menos 143 taxistas detidos pela polícia angolana durante a greve promovida pelos "candongueiros", como também são conhecidos, foram ouvidos esta terça-feira (06.10) em várias secções do Tribunal de Luanda.

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Angola, Protest von Taxifahrern
Protesto de taxistas em LuandaFoto: Privat

Ao fazer o balanço final das operações realizadas durante a greve protagoniza pelos taxistas, o porta-voz do Comando Provincial da Polícia de Luanda, Mateus Rodrigues, confirmou a detenção de 143 cidadãos que exercem a atividade de taxista na capital angolana.

O distrito Urbano do Kilamba Kiaxi foi a zona onde houve o maior número de detenções. Segundo a polícia, os "candongueiros" foram presos por terem praticado atos de agressões e destruições de algumas viaturas dos colegas taxistas que não aderiram à greve de segunda-feira (05.10) .

"O julgamento dos 143 detidos começou hoje e daremos mais informações logo que seja possível. Devo acrescentar que no municípiode Belas, no distrito do Kilamba Kiaxi ocorreram mais detenções", disse à imprensa Mateus Rodrigues porta-voz da polícia.

Nas redes sociais, circulou nas últimas horas a informação de que os protestos realizados na segunda-feira, teriam causado a morte de um cidadão. Esta informação foi desmentida por Rodrigues.

"Trata-se de um cidadão que depois de ser agredido pelos seus colegas taxistas na zona do Calemba II, Farmácia, ficou ferido, mas já se encontra fora de perigo", reiterou o porta-voz da polícia.

ATL entrega na quarta-feira caderno reivindicativo
A Associação de Taxistas de Luanda (ATL) elaborou um documento com exigências a apresentar ao Governo Provincial de Luanda onde também vai pedir clemência pelos 143 taxistas presos no protesto de segunda-feira.

Angola, Protest von Taxifahrern
Manuel FaustinoFoto: DW/P. Borralho

Num encontro realizado esta terça-feira (06.10) entre os membros da Associação de Taxistas de Luanda (ATL), o presidente Manuel Faustino, disse à DW África que foi preparado um documento com as exigências que vão apresentar ao Governo Provincial de Luanda, na manhã de quarta-feira (07.10).

Faustino diz que "os assuntos em causa são as paragens. A tarifa que tem de ser negociada e que não está oficializada. As rotas em funcionamento têm sido um grande problema com os agentes de trânsito e também a chamada gasosa [suborno]. Os nossos agentes fazem multas arbitrárias que acabam por culminar na gasosa".

"Governo vai receber e ouvir as nossas exigências"

Manuel Faustino acredita que o Governo os vai receber e “ouvir com agrado”. Para o dirigente trata-se de fazer “chegar as preocupações perto das autoridades para que elas levem em consideração aquilo que é reivindicado. O que nós pensamos ser o espírito da boa vontade do Governo”, refere Faustino.

Na segunda-feira (05.10), vários taxistas paralisaram a sua atividade, originando aglomerações nas paragens de táxi, tendo alguns deles protagonizado cenas de vandalismo, com agressão e a quebra de vidros das viaturas de colegas que não aderiram ao protesto.Segundo Faustino o protesto aconteceu apenas em Luanda e lamenta que os confrontos tenham escalado para a violência, dizendo mesmo que nunca foi a intenção da ATL recorrer à mesma.

"Alguém tentou incitar os taxistas, a pessoa está identificada e pensamos que não pertence à nossa organização. Fomos surpreendidos com o acontecimento, embora as reivindicações sejam justas. Não tinham de ser pessoas alheias ao nosso exercício nem tão pouco podia ser da forma que foram reivindicadas que acabou em vandalismo. Carros e civis foram agredidos, outros colegas, isso não é ética", relata Faustino.

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Manuel Faustino disse que foram feitos apelos para o início das atividades normais até sexta-feira (09.10), dia em que se espera uma resposta às reclamações que vão ser apresentadas, no Governo Provincial de Luanda, na quarta-feira (07.10)

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