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Ataques alastram-se a outras regiões de Moçambique

Nádia Issufo / AFP / LUSA29 de outubro de 2013

O exército moçambicano atacou e tomou mais bases da RENAMO nesta terça-feira (29.10), mas encontrou resistência. A troca de tiros durou cerca de três horas. Os confrontos alastraram-se para a província de Nampula.

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Exército governamental em SatunjiraFoto: picture-alliance/dpa

As Forças Armadas de Moçambique (FADM) e os homens da RENAMO, maior partido da oposição, confrontaram-se no meio da manhã desta terça-feira (29.10.) em Maríngué, província central de Sofala. Não há registo de vítimas.

A presidência da República, através do seu porta-voz Edson Macuácua, informa que as duas principais bases da RENAMO, Satunjira e Maríngué, foram desativadas. Edson Macuácua está convencido da fragilidade da RENAMO: "Eles estão fracos no momento, com a desativação das duas bases."

De lembrar que no último dia 21 o exército governamental atacou Satunjira, obrigando o líder da RENAMO a abandonar previamente o local. Mas supostos homens da RENAMO fizeram alguns ataques, como por exemplo ao comando provincial da Muxúnguè.

Mosambik Krise Präsident Armando Guebuza mit Soldaten 24.10.2013
Presidente de Moçambique, Armando GuebuzaFoto: Ferhat Momade/AFP/Getty Images

Guebuza diz que a RENAMO entrou em "situação de inconstitucionalidade"

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, considerou que a "RENAMO entrou em situação de inconstitucionalidade", a partir do momento em que os ex-guerrilheiros daquele partido da oposição passaram a realizar alegados ataques.

Para Guebuza, esta suposta inconstitucionalidade, resulta da atuação dos ex-guerrilheiros que "deixaram de ser guardas do dirigente da RENAMO e passaram a ser um instrumento de chantagem contra o Estado", indicou o porta-voz da Presidência moçambicana, Edson Macuácua, citado pela agência de notícias LUSA.

Por outro lado acontecem ataques a viaturas na estrada nacional número um, a principal do país que liga o norte ao sul. Embora elas sejam protegidas por colunas do exército governamental, foram atacadas na manhã desta terça-feira (29.10.) na região centro do país. Não se sabe até aqui se foram homens da RENAMO ou não. A população mais uma vez fugiu para o mato com medo dos confrontos.

Unruhen in Mosambik
A circulação na principal estrada do país, na região centro, só é possível com acompanhamento militarFoto: picture-alliance/dpa

O diretor do hospital de Muxúnguè, Pedro Vidamão, confirma o número de feridos: "Deram entrada dois dos setes feridos do autocarro que faziam o percurso Muxúnguè-Save. Depois dos primeros tratamentos foram transferidos para o hospital central da Beira onde deverão ser submetidos a uma cirurgia."

Pedro Vidamão garante que a sua situação é estável e que não houve mortos. Quanto aos outros cinco feridos o diretor do hospital de Muxúnguè explica: "preferiram receber tratamento no hospital do Save."

Alastramento dos ataques

Na província nortenha de Nampula um confronto aconteceu também na manhã desta terça-feira (29.10.), informa o comando provincial da polícia local. O palco foi Napome, distrito de Rapalo, a cerca de 70 kilómetros da capital, Nampula.

Miguel Batolomeu, o porta-voz da polícia, diz que os ex-guerrilheiros da RENAMO refugiaram-se numa mata desse distrito, a partir de onde impediam a população de exercer as suas atividades diárias.

Face a essa situação, segundo Miguel Bartolomeu, houve uma intervenção: "Na manhã de hoje as forças de defesa e segurança da província de Nampula dirigiram-se ao local para repor a ordem pública. Houve troca de tiros."

Por causa disso as escolas da região foram encerradas e instalou-se o medo na região. Também não há relatos de vítimas, de acordo com a polícia.

De lembrar que nesta província a RENAMO reúne também grandes apoios. Depois de sair de Maputo, foi aqui que Afonso Dhlakama, líder da RENAMO, se fixou até outubro de 2012 quando voltou para o seu principal bastião na província de Sofala, no centro.

E em Maputo, a capital do país, há relatos de explosões no paiol do exército, nas redondezas da cidade. Até agora não se sabem os pormenores e a origem do ocorrido.

Karte Zentral-Mosambik Portugiesisch
Foto: DW

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