Autárquicas: MDM quer que PGR investigue indícios criminais
1 de novembro de 2023"Estamos aqui para ouvir da PGR como é que estão esses processos [relacionados às eleições], porque nós não podemos ir até ao encerramento de todo esse processo sem que haja uma reação da PGR", disse à comunicação social Lutero Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), à porta da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo.
Segundo Simango, houve ilícitos denunciados pelo partido que configuram crimes, desde o recenseamento e até ao dia da votação para as eleições autárquicas de outubro, cujos processos estão ainda em curso no Conselho Constitucional.
O presidente do MDM disse que foi à PGR "simplesmente para fazer pressão jurídica", referindo que, além de uma batalha política, o partido está também numa batalha judicial.
Eleições contestadas
As eleições autárquicas em Moçambique estão a ser alvo de duras críticas vindas de diferentes partidos de oposição e da sociedade civil, que denunciam uma "megafraude" no escrutínio, com destaque para a falsificação de editais, com algumas decisões de tribunais distritais a reconhecerem irregularidades no processo.
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, tem promovido marchas de contestação aos resultados das eleições de 11 de outubro, juntando milhares de pessoas em diferentes pontos do país para exigir a "reposição da verdade eleitoral".
Mais de 100 pessoas foram detidas e várias outras acabaram feridas em vários pontos do país, sobretudo nas cidades de Nampula, Nacala-Porto e Maputo, como consequência das escaramuças entre as autoridades e os manifestantes na passada sexta-feira (27.10).