BM ajuda África Austral a controlar e combater a tuberculose
7 de dezembro de 2016O Banco Mundial anunciou esta quarta-feira (07.12.), em Maputo, a disponibilização de 122 milhões de dólares para o fortalecimento do controle e combate a tuberculose em quatro países da África Austral, nomeadamente Moçambique, Lesotho, Malawi e Zâmbia.
O projeto, de cinco anos, visa incentivar a pesquisa, expandir as redes de laboratórios, testagem de novas estratégias e prestar maior atenção aos grupos de alto risco para a tuberculose. Enquadra-se, igualmente, na estratégia da ONU que estabelece 2030 como meta para a irradicação da tuberculose.
As autoridades sanitárias moçambicanas consideram que a tuberculose constitui um dos mais sérios problemas de saúde pública no país.
Moçambique regista anualmente cerca de 150 mil novas infeções de tuberculose, segundo afirmou a ministra da Saúde, Nazira Abdul."Seis em cada 10 casos de tuberculose permanecem não detectados. A situação agrava-se ainda mais pelo surgimento de cada vez mais casos de microbactérias de tuberculose resistente ao tratamento e pelo peso da co-infecção tuberculose e HIV que é de cerca de 50% dos pacientes com tuberculose que estão também infectados com o HIV SIDA.”
Evitar a propagação da tuberculose
Um dos objetivos do projeto é evitar a propagação da tuberculose, como explicou o porta-voz do ministério da Saúde, Francisco Mbofana.
"Se nós conseguirmos tratar estes indivíduos que estão infetados estaremos a acabar com a fonte de infeção. Mas nós queriamos também que todos os indivíduos que vão iniciar o tratamento completassem o tratamento e fossem considerados curados”.
O representante do Banco Mundial em Moçambique, Marc Lundell, considera como alguns factores que concorrem para o alastramento da tuberculose as condições de trabalho dentro das minas e a ausência de diagnóstico precoce ou tratamento da doença.
Apontou ainda que os sistemas de saúde da região não estão devidamente equipados para lidar com a dimensão da doença, a legislação da saúde no trabalho encontra-se ultrapassada e há falta de capacidade de regulação.
Cerca de 30 mil moçambicanos trabalham na indústria mineira na África do Sul, para além de um número indeterminado, dentro do país.
No quadro da iniciativa de combate a tuberculose, o Banco Mundial vai investir em Moçambique 45 milhões de dólares em projetos que vão incidir sobre os mineiros e suas comunidades e ainda nos corredores de transporte.
Marc Lundell fala de algumas ações que serão levadas a cabo. "Através deste projeto, Moçambique criará um centro de excelência regional de gestão da tuberculose resistente a medicamentos múltiplos e modernizará o seu sistema de infraestruturas laboratoriais”.