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Lukashenko afirma que "nem morto" entrega a Bielorrússia

com agências | bd
16 de agosto de 2020

O Presidente da Bielorrússia, Alexandr Lukashenko, afirmou, em Minsk, que "nem morto" permitirá a entrega do país, na primeira manifestação de apoio. Lukashenko pede a apoiantes que defendam independência do país.

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Belarus Wahl | Protest gegen Polizeigewalt
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Lovetsky

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que está a ser confrontado com a maior contestação desde que tomou o poder em 1994, pediu este domingo (16.08) aos seus apoiantes que defendam a independência do país.

A cidade de Minsk está a ser palco de duas manifestações com milhares de pessoas: A dos defensores do presidente Lukashenko, reeleito há uma semana, e a dos opositores ao regime que têm saído à rua desde que foram conhecidos os resultados das eleições presidenciais.

"Conseguimos construir um belo país, com suas dificuldades e falhas. A quem o querem entregar? Se alguém o quiser entregar eu não o permito, nem morto", disse Lukashenko citado pela agência Belta bielorussa, a partir de uma tribuna instalada na Praça da Independência.

Imprensa conotada com a oposição refere que muitos dos participantes do comício foram levados para Minsk em autocarros contratados pelas autoridades.

"Queridos amigos, chamei-vos não para me defenderem, mas também. Vieram para que, pela primeira vez em um quarto de século, defendamos nosso país, nossas famílias, nossas esposas e irmãs, nossos filhos", disse Lukashenko.

Lukashenko descarta novas eleições

Minsk | Auftritt Lukaschenko Unabhängigkeitsplatz
Lukashenko pede a apoiantes que defendam independência do país.Foto: Imago Images/ITAR-TASS/V. Sharifulin

O Presidente bielorrusso, no poder há 26 anos, e que segundo a Comissão Eleitoral Central do país foi reeleito no dia 09 de agosto com pouco mais de 80% dos votos, rejeitou categoricamente a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais.

"Há tanques e aviões a cerca de 15 minutos de voo de nossa fronteira. As tropas da NATO rangem os rastros dos tanques à nossa porta. Lituânia, Letônia, Polônia e, infelizmente, nossa amada Ucrânia ordenam que realizemos novas eleições. Se aceitarmos, vamos despencar-nos", alertou.

Lukashenko sublinhou que a repetição das eleições presidenciais significaria a "morte da Bielorrússia como Estado e como nação".

"Eles propõem-nos um novo governo, já o formaram no exterior, já são dois, mas não acertam quem vai nos governar. Não precisamos de um governo de fora, precisamos do nosso governo e vamos elegê-lo", enfatizou.

Tensão política

Desde o passado domingo (09.08) que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.

A principal candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, cujas ações de campanha atraíram multidões de eleitores frustrados com o Governo autoritário de 26 anos de Lukashenko, terá obtido apenas 10% dos votos.

Durante a semana, refugiou-se na Lituânia, de onde lançou um apelo para a realização de "massivas manifestações pacíficas" em todo o país durante o fim de semana.

Mais de 6.700 pessoas foram presas desde domingo durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.

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