Israel: Blinken apela à proteção dos civis
3 de novembro de 2023O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, afirmou esta sexta-feira (03.11) que Israel deve proteger os civis nos bombardeamentos da Faixa de Gaza, naquela que é a sua segunda viagem à região em menos de um mês para novas conversações com as autoridades israelitas.
Numa altura em que as forças armadas de Israel levam a cabo uma ofensiva terrestre na faixa controlada pelo Hamas, e pouco antes de uma reunião com o Presidente israelita Isaac Herzog, Blinken reiterou que Israel tem o direito de "fazer tudo o que for possível para garantir que este [ataque] de 7 de outubronão volte a acontecer".
"Ao mesmo tempo, devemos deixar claro que a forma como Israel faz isso é importante", disse. "É muito importante, no que diz respeito à proteção dos civis que são apanhados no fogo cruzado do Hamas, que tudo seja feito para os proteger e para levar assistência àqueles que tão desesperadamente dela necessitam, que não são de forma alguma responsáveis pelo que aconteceu a 7 de outubro".
Após a reunião, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos defendeu que "é preciso fazer mais" para proteger os civis palestinianos e advertiu que sem isso "não haverá parceiros para a paz".
"Medidas concretas" em debate
Antes da viagem a Telavive, hoje, e à Jordânia, no fim de semana, Blinken estabeleceu vários objetivos, incluindo o de pressionar o aliado israelita a proteger os civis palestinianos em Gaza e na Cisjordânia ocupada.
O secretário de Estado norte-americano pretende também assegurar a continuação do fluxo de ajuda humanitária, que ainda é muito escassa na Faixa de Gaza, bombardeada incessantemente pelo exército israelita nas últimas quatro semanas.
Depois de ter chegado hoje de manhã a Telavive, Blinken encontrou-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e participou na reunião do gabinete de segurança, além do encontro com Herzog.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos defendeu que "é preciso fazer mais" para proteger os civis palestinianos sujeitos a bombardeamentos israelitas e anunciou que discutiu com Netanyahu o estabelecimento de "pausas humanitárias" na ofensiva militar de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Washington tem rejeitado os apelos das nações árabes e de vários outros países para um cessar-fogo total, mas quer mais pausas temporárias e localizadas nos combates para permitir a entrada de ajuda na faixa de Gaza sitiada e a saída dos reféns.
Milhares de mortos em 28 dias
A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou hoje no 28.º dia, continua a ameaçar alargar-se à região do Médio Oriente.
As autoridades israelitas disseram que mais de 1.400 pessoas foram mortas no ataque do Hamas, que também raptou mais de 240 israelitas e estrangeiros que mantém como reféns em Gaza.
Na Faixa de Gaza, mais de 9.200 pessoas, incluindo 3.826 crianças, foram mortas nos bombardeamentos israelitas, segundo um relatório do Ministério da Saúde do Hamas.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, é classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.