Bombardeamento no Azerbaijão faz 12 mortos e 40 feridos
17 de outubro de 2020"O lançamento destes mísseis contra localidades densamente povoadas mostra a mentalidade imoral e esquizofrénica da liderança político-militar da Arménia", escreveu Hikmat Hajiyev, conselheiro do Presidente do Azerbaijão, na rede social Twitter, precisando que os mísseis eram do tipo 'Scud'.
Hajiyev frisou que a cidade de Ganja está longe da zona de conflito, pelo que o ataque, que qualificou como "crime de guerra", não respondeu a qualquer necessidade militar.
O conselheiro do Presidente informou ainda que a defesa antiaérea do Azerbaijão intercetou mísseis que tinham por alvo a cidade estratégica de Mingecevir, a cerca de uma hora de distância de Ganja.
De acordo com as autoridades do Azerbaijão, dois mísseis atingiram durante a madrugada um bairro residencial em Ganja, destruindo completamente cinco casas e danificando outras 15.
Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), o ataque ocorreu na madrugada, levando muitos residentes a fugir, alguns desses em pijama e chinelos.
"Todas as casas à volta foram destruídas. Muitas pessoas estão debaixo dos escombros. Alguns estão mortos, outros estão feridos", disse à AFP Rubaba Zhafarova, 65 anos, em frente à sua casa destruída.
Ganja já tinha sido atingida no domingo por um míssil, que matou 10 pessoas e fez mais de 30 feridos.
A cidade tem mais de 300 mil habitantes e situa-se a cerca de 300 quilómetros a oeste de Baku, a capital do Azerbaijão.
Surto de violência
O novo surto de violência mina os esforços internacionais para acalmar as hostilidades entre os arménios cristãos e os azeris muçulmanos, envolvendo potências regionais como a Rússia e a Turquia.
Na sexta-feira (16.10), o secretário da Defesa dos EUA, Mark Esper, e a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, reforçaram a necessidade de um cessar-fogo imediato na região de Nagorno-Karabakh, onde decorrem combates entre soldados do Azerbaijão e separatistas arménios.
Mark Esper e Florence Parly concordaram, durante uma conversa telefónica, que "os líderes da Arménia e do Azerbaijão devem honrar as suas promessas de um cessar-fogo imediato na região de Nagorno-Karabakh e uma solução pacífica", divulgou o Pentágono, em comunicado.
Os Estados Unidos e a França são mediadores junto dos países envolvidos no conflito desde 1994, a par da Rússia, naquele que é denominado o grupo de Minsk.
Nagorno-Karabakh pertence ao Azerbaijão, mas está sob o controlo de forças étnicas apoiadas pela Arménia, alimentando um conflito que dura há várias décadas e que entrou em escalada no passado dia 27 de setembro.
Nas últimas semanas, o conflito já terá causado a morte a mais de 700 pessoas, segundo relatos, com a Turquia, principal aliado de Baku, acusada de interferir naquele conflito.