Burkina Faso e Mali unem-se contra o terrorismo
18 de janeiro de 2016"Há vontade dos Estados em reunir esforços a fim de combater o terrorismo, que se tornou num fenómeno transnacional afetando os nossos países. E o chefe de Estado concordou em reforçar a cooperação com o Mali em termos de partilha de informação, patrulhamento conjunto e noutras áreas", anunciou o primeiro-ministro do Burkina Faso, Paul Kaba Thieb, depois de uma reunião, no domingo (17.01), na capital burkinabé, Ouagadougou, com o seu homólogo maliano, Modibo Keita.
De acordo com o mais recente balanço, 29 pessoas foram mortas - cerca de metade cidadãos estrangeiros - e cerca de 50 ficaram feridas. Os ataques contra um hotel e um restaurante foram reivindicados pelo grupo terrorista Al Qaeda no Magrebe Islâmico e atribuídos ao grupo Al-Mourabitoune, do líder jihadista Mokhtar Belmokhtar, segundo uma organização norte-americana que faz a monitorização de sites islâmicos.
As forças de segurança prosseguem o trabalho de busca de terroristas que possam estar em fuga. Já foram identificados os corpos de três extremistas.
Testemunhas dos ataques
O ministro do Trabalho do Burkina Faso, Clement Sawadogo, estava no hotel quando se deu o ataque. "Estávamos trancados na sala de reuniões. Eles foram até ao 4º andar, arrombaram a porta a tiro, entraram na sala e começaram a disparar, tendo ferido alguns de nós", relata.
Um sobrevivente, que foi alvejado pelos terroristas, conta o que aconteceu no restaurante. "Primeiro, dispararam com armas pesadas em rajada. Um deles atingiu-me no ombro. Outras pessoas que estavam lá ficaram gravemente feridas. E, ao sair, os terroristas voltaram a disparar".
Segundo sobreviventes, os atacantes tinham como alvo principalmente cidadãos estrangeiros no restaurante e no hotel, frequentados sobretudo por ocidentais.
Reforço da segurança
As autoridades reforçaram as medidas de segurança. Mas é preciso que os cidadãos do Burkina estejam também "vigilantes" e "tenham coragem", disse o Presidente Marc Christian Kaboré, que domingo (17.01) visitou o local dos atentados.
"Devemos mobilizar-nos e adotar ações para o combate diário contra o terrorismo e em prol do desenvolvimento do país", salientou o chefe de Estado.
Os atentados no Burkina Faso têm semelhanças com um ataque reivindicado também pela Al Qaeda no Magrebe Islâmico contra um hotel de luxo em Bamako, a capital do Mali, que matou 20 pessoas, em novembro último.