Cabo Delgado: quem está mais exposto ao novo coronavirus?
28 de julho de 2020A cidade de Pemba foi o segundo local em Moçambique a ser considerado como um sítio com transmissão comunitária do novo coronavírus, em 21 de junho, depois de Nampula.
Essa declaração oficial levou as autoridades a realizarem um inquérito sero-epidemiológico sobre a Covid-19 naquela cidade. Os resultados preliminares indicam quais os grupos mais expostos ao vírus.
"Todos os grupos profissionais são afetados, sendo os vendedores de mercados os mais expostos", refere-se no inquérito consultado esta segunda-feira (27.07) pela agência Lusa.
O estudo foi realizado pelo Instituto Nacional da Saúde (INS) e um total de 4.070 pessoas foram inquiridas na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado.
Profissões mais expostas
O levantamento realizado naquela cidade revela que os vendedores de mercados têm a seropositividade de Covid-19 mais elevada com uma percentagem de 6,5%, seguidos dos deslocados devido a violência armada com 6,1% e os profissionais de saúde estão na terceira posição, com 5,5%.
Os estabelecimentos comerciais seguem na lista da taxa de "seropositividade" com 5,4%, os pescadores com 5%, os transportadores com 4,8%, as Forças de Defesa e Segurança com 3,7% e, por fim, a comunidade com 2,5%.
Entre os profissionais de saúde, os administrativos apresentam a maior taxa de seropositividade com 6,6%, seguidos de agentes de serviço, 6,5%, e enfermeiros, 6,1%.
Jovens adultos têm a maior taxa
O levantamento de Pemba indicou também que o novo coronavírus afeta todas as faixas etárias na cidade.
Contudo, a seropositividade é maior na faixa etária entre 15 e 34 anos (3,3%), seguida da faixa com mais de 60 anos (3,2%) e em terceiro as pessoas entre 35 e 59 anos (3%). Entre os zero e os 14 anos, a taxa de seropositividade é de 1,7%.
O inquérito apurou ainda que 70% dos inquiridos expostos à Covid-19 não teve sintomas nos últimos 30 dias e os restantes 30% apresentaram sintomas.
Que inquérito foi este?
O inquérito consistiu em testes sero-epidemiológicos rápidos para a Covid-19, que não detetam a presença do novo coronavírus no momento da sua realização, mas indicam se a pessoa esteve exposta ao vírus.
O resultado é revelado em 15 minutos, ao contrário do teste para a deteção do novo coronavírus, cujo resultado é conhecido em dois dias.