Cabo Delgado: Mina retoma operações depois de evacuação
14 de novembro de 2022Depois de contactos com as autoridades, a empresa decidiu "iniciar hoje o regresso da força de trabalho para o local e reiniciar as operações em Balama", de acordo com um comunicado divulgado junto na bolsa de valores australiana.
A evacuação da mina na sexta-feira (11.11) foi feita, na sequência de alertas sobre insegurança em Namuno, a 50 quilómetros.
Outras empresas mineiras de grafite e rubis já foram alvo de ataques, desde junho, nos quais morreram pelo menos duas pessoas. Os ataques obrigaram a evacuar os locais de operação, devido ao alastrar dos rebeldes armados para sul da província.
Ano conturbado para a mineração
No caso da Syrah, as operações têm sofrido um ano conturbado. Em junho, a cadeia logística já tinha sido suspensa temporariamente devido a ataques que se aproximaram da estrada por onde é escoada a grafite.
Em setembro, nova paragem foi provocada por causa de uma greve.
A mina de Balama iniciou a produção comercial há quatro anos e foi destaque em dezembro, quando a Syrah anunciou um acordo a com multinacional de veículos elétricos Tesla, que pretende usar grafite da mina, apresentada como uma das maiores reservas de minério no mundo.
Tropas do Ruanda e de países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ajudaram as forças moçambicanas a retomar o controlo da zona dos projetos de gás, fazendo com que os rebeldes passassem a atacar em novos locais. A insurgência dura desde 2017, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.