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Desastres

Cabo Delgado: Chuvas podem agravar situação dos deslocados

DW (Deutsche Welle)
25 de novembro de 2020

As autoridades governamentais pretendem minimizar o impacto da época das chuvas nas famílias deslocadas de Cabo Delgado. Deverão ser instalados novos abrigos em locais seguros. A maioria está em centros de acolhimento.

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Mosambik Valigy Tauabo
Foto: DW

Cabo Delgado é uma das províncias do país propensa a eventos extremos ao longo dos períodos chuvosos. E nesta altura, em que a província regista um elevado número de deslocados internos devido aos ataques terroristas, as autoridades trabalham para garantir que os efeitos da presente época chuvosa não sejam desastrosos para as famílias deslocadas.

"A primeira coisa que nós fizemos foi interagir com os nossos parceiros para termos mais apoio em termos de tendas", explicou Valigy Tauabo, governador da província de Cabo Delgado.

O objetivo, adianta, é reencaminhar a população "do local onde se encontram neste momento e que poderá haver algum risco, para zonas mais seguras com essas novas tendas. As tendas vão servir para mitigar essas situações que possam existir. Contamos com apoio de algumas instituições."  

Mosambik Valigy Tauabo
Deslocados recebem assistência do GovernoFoto: DW

Receber bem os deslocados

As declarações de Valigy Tauabo foram feitas em Mecufi, no último fim de semana, no término de uma série de visitas efetuadas naquele distrito, mas também a Metuge e Ancuabe. Nas mesmas visitas, o governante pediu aos naturais das zonas onde estão a ser realocadas as famílias deslocadas que os recebam e tratem condignamente.

"Não gostaríamos de ouvir que aqui em Napuilimuite os nossos irmãos que chegaram estão a ser expulsos pelos nativos. Temos de estar assim, unidos, porque estas famílias saem de muito longe com os seus filhos carregados no colo. Passaram por muito sofrimento e estão aqui convosco à procura de sossego. Acolham-nas muito bem.”

Durante as visitas, o Executivo ofereceu produtos alimentares e higiénicos como forma de minorar o sofrimento das famílias.

Buana Ncunha, um dos deslocados acolhido na aldeia de Napuilimuite, distrito de Mecufi, louva as ações das autoridades: "Fui bem recebido aqui nesta aldeia e a nossa relação com os donos tem sido boa. Agradeço pela comida que o Governo está a dar."

"Já recebi terreno aqui em Napuilimuite e preparo-me para erguer a minha casa. Mas continuo a pedir ao Governo para combater os bandidos para ver se conseguimos voltar às nossas terras", exalta.

Abandono preventivo de casas 

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Ainda durante a digressão pelos distritos, o governador de Cabo Delgado orientou aos Comités de Gestão de riscos para reforçarem as ações de comunicação de modo a permitir o abandono antecipado das populações em zonas propensas às inundações e outros impactos negativos da época chuvosa.

"Temos de afastar algumas populações que estão em zonas de risco desde já. Não esperemos que primeiro aconteça e depois corrermos atrás do prejuízo", explica.

"Devemos aconselhar a nossa população que está nas zonas de risco para abandonarem e dizermos a área para onde poderão ficar, nem que seja temporariamente, mas construam alguma casa para viver. Isto é da responsabilidade do Comité de Gestão de Riscos. O comité é para prevenir e não para remediar."

De recordar que a província de Cabo Delgado foi fortemente devastada pelo ciclone tropical Kenneth que atingiu o norte do país em princípios de 2019. Mais destruições ocorreram entre finais do ano passado e princípios de 2020, tendo resultado, por exemplo, no desabamento da ponte sobre o rio Montepuez, cortando na altura a ligação rodoviária com os distritos do norte da província.

 

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