Cabo Verde anuncia medidas para combater criminalidade
25 de outubro de 2016Em Cabo Verde, a criminalidade aumenta de ano para ano. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, a criminalidade aumentou 6,7 por cento, em relação a igual período do ano anterior.
José Rebelo, autor do livro "Violência e Criminalidade: Uma perspetiva da realidade cabo-verdiana" mostra-se preocupado com os números a subir em flecha.
"Em 2010 tivemos 39 homicídios. Em 2011 subimos para 53, em 2012 aumentámos para 54 e em 2014 tivemos 55 casos. Os dados da polícia referentes ao ano civil, diferentes do ano judicial, mostram-nos que em 2015 foram 65 casos", refere Rebelo.
De acordo com o analista, hoje em dia há 22 casos de homicídios por 100 mil habitantes. Cabo Verde enfrenta uma "endemia criminal", diz José Rebelo.
Apelo presidencial
O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, entende que os níveis de criminalidade no país são "preocupantes" e é preciso tomar "medidas fortes e eficientes" para reduzir esses números.
A questão da segurança dominou uma parte importante do discurso de tomada de posse de Jorge Carlos Fonseca, a 20 de outubro.
"A problemática da segurança está no centro das nossas prioridades, pois, se não for possível o seu efetivo controlo, todos os outros objetivos ficarão comprometidos", afirmou o chefe de Estado, reeleito no início do mês.
Jorge Carlos Fonseca pediu uma congregação de esforços para combater a insegurança - das famílias, das igrejas e das associações.
"Não se pode deixar tudo nas mãos do Estado", disse.
Para fazer face à onda de criminalidade, o Governo cabo-verdiano decidiu reforçar os meios operacionais para as polícias Nacional e Judiciária e para os Serviços Prisionais, e injetou mais 460 milhões de escudos (cerca de quatro milhões de euros) no aparelho de segurança. O ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, anunciou ainda um amento do patrulhamento urbano, o melhoramento da iluminação pública e a realização de intervenções em bairros problemáticos.