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Camarões: Candidato da oposição clama vitória nas eleições

Katrin Gänsler | Reuters
9 de outubro de 2018

Candidato da oposição Maurice Kamto diz que venceu as eleições presidenciais de domingo e pede uma transferência de poder pacífica. Partido do Presidente cessante Paul Biya nega.

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Maurice Kamto, do Movimento do Renascimento dos Camarões (MRC)Foto: Reuters/Z. Bensemra

Dezenas de jornalistas concentraram-se esta segunda-feira (08.10) no quartel-general do Movimento do Renascimento dos Camarões (MRC), na capital Yaoundé. Maurice Kamto, de 64 anos, proclamou a vitória nas eleições gerais de domingo e pediu ao Presidente Paul Biya, de 85 anos, para renunciar ao poder.

"Recebi claramente um mandato do povo dos Camarões e vou defender isso com todas as minhas forças até ao fim. Convido o Presidente cessante a preparar uma transferência pacífica para que não haja uma crise pós-eleitoral. O nosso país não precisa disso", afirmou Kamto.

O antigo ministro da Justiça e advogado é o primeiro dos oito candidatos eleitorais a falar sobre os resultados do sufrágio de domingo. Cerca de 7 milhões de camaroneses foram chamados às urnas para eleger um novo chefe de Estado. O resultado oficial deve ser anunciado até 22 de outubro.

Partido no poder nega

O MRC baseia o anúncio da vitória na contagem paralela dos votos que tem estado a fazer desde o escrutínio de domingo. Etienne Fotso, membro do MRC, diz que já tem os resultados de 20.000 das 24.000 mesas de voto no país. No entanto, o partido no poder nega a vitória de Maurice Kamto.

Camarões: Candidato da oposição clama vitória nas eleições

"Não é correto anunciar isto. Ele não venceu nada", afirma Gregoire Owona, vice-secretário-geral do Movimento Democrático do Povo de Camarões (RDPC, na sigla em francês), no poder. "Kamto nem está representado em todas as assembleias, seria impossível que contasse todos os votos."

Aos olhos do economista reformado Bernard Ouandji, que trabalhou para as Nações Unidas nas últimas décadas, os resultados apresentados pelo MRC podem estar distorcidos. Segundo este especialista, o erro está em usar os votos obtidos nas grandes cidades como justificação para a vitória.

"Nas grandes cidades há estudantes e intelectuais que podem ser enviados como observadores para as assembleias de voto. Mas, no campo, é muito difícil para a oposição enviar observadores e eleitores", diz.

Ouandji entende que a eleição será decidida no norte do país e especialmente nas aldeias, onde a oposição tem mais dificuldades em chegar.

"O herói do Norte é o ministro de Estado Bello Bouba Maigari e ele é fiel a Paul Biya há 20 anos", comenta.