CAN 2015: seleção de Cabo Verde encerra estágio em Portugal
8 de janeiro de 2015O primeiro jogo com a Tunísia, previsto para o dia 18 deste mês, é decisivo para a ambição da seleção de Cabo Verde no Campeonato Africano da Nações (CAN 2015). Uma vitória neste jogo de estreia é determinante para os “Tubarões Azuis”, que deixam Lisboa esta sexta-feira (9.01) com destino a Dacar (Senegal), depois de uma semana de preparação em Portugal.
Tática: encarar o torneio jogo a jogo
A atenção de Rui Águas e da equipa que dirige está no jogo de estreia contra a Tunísia. No arranque do Campeonato Africano das Nações (CAN 2015), que tem lugar na Guiné Equatorial, é claro o objetivo do treinador da seleção cabo-verdiana de futebol.
Segundo Rui Águas o objetivo é ultrapassar a barreira do primeiro jogo, "pois não adianta pensar no segundo ou no terceiro". O treinador português sublinha: "Todos os adversários merecem, pelo seu poderio e pela sua experência, essa nossa atenção. Não vamos ter facilidades com nehum dos adversários, não temos ilusões."
Adversários fortes no grupo B
A Tunísia, tal como a Zâmbia são equipas já derrotadas por Cabo Verde, mas, apesar de alguma confiança, o selecionador português ao serviço dos "Tubarões Azuis" fala destes rivais com respeito e prudência: Rui Águas recorda que "Cabo Verde também já perdeu com essas equipas. Não nos vamos orientar pelo passado. Vamos centrar a nossa atenção na Tunísia e depois se verá."
Depois do jogo com a Tunísia, Cabo Verde defronta a República Democrática do Congo (RDC), no dia 22. No último jogo do grupo, a 26 de janeiro, terá pela frente a Zâmbia. A Zâmbia, a Tunísia e a Rep. Democrática do Congo, que, com Cabo Verde, integram o Grupo B, já venceram a Copa de África das Nações. No entanto, a ambição é passar para a segunda fase e fazer com que os cabo-verdianos continuem a ter orgulho na sua seleção. Rui Águas conta para isso com alguns novos talentos, reforçados com a experiência futebolística dos “mais velhos”, já habituados a esta competição africana.
Jogadores determinados em honrar a camisola de Cabo Verde
No seio dos 23 convocados há espírito de confiança e esperança no sucesso, como constatou a DW África, durante os treinos de preparação no Estádio do Jamor, em Lisboa. O avançado Kuca, que milita no Estoril Praia, Portugal, disse à DW que o objetivo da seleção de Cabo Verde "é ir para o CAN de forma tranquila e disputar jogo a jogo."
Heldon, outro avançado, que joga no Sporting Clube de Portugal, mostra-se também otimista: "A nossa expetativa é dignificar o máximo a camisola de Cabo Verde, dar orgulho ao nosso povo."
Situação política no país anfitrião do CAN desagrada
A partida amigável com a Guiné Equatorial, que se realizou esta quarta-feira (7.01) à porta fechada, no Centro de Estágio do Benfica no Seixal, foi “um ensaio importante” para os "Tubarões Azuis". Mas Rui Águas não se mostrou embaraçado quando abordado pela reportagem da DW África sobre a realização do CAN num país que ainda viola os Direitos Humanos. O selecionador disse, nomeadamente: "O que politicamente acontece naquele país não nos agrada, assim como não nos agrada o que acontece em muitos outros países. A situação preocupa-nos, mas não vamos mudar o mundo em 30 dias. Se fosse possível tentávamos pelo menos, mas não podemos fazer nada."
Cabo Verde é o único PALOP participante no CAN
Nesta sexta-feira, a equipa caboverdeana segue para Dacar, capital do Senegal, onde, já em ambiente de calor africano, vai enfrentar a República Democrática do Congo, ainda em jogo de preparação. A viagem para Malabo está prevista para o dia 11 deste mês.
Depois de ter chegado aos quartos-de-final, em 2013, na África do Sul, Cabo Verde aspira repetir os êxitos daquela temporada nesta que é a sua segunda participação na prova. A seleção cabo-verdiana é a única entre os cinco países africanos lusófonos, que conquistou um lugar para o CAN 2015, transferido para Malabo depois da recusa de Marrocos em acolher a competição africana devido à epidemia do ébola em alguns países da África Ocidental.