Candidato do MPLA exorta elite a devolver fortunas
17 de agosto de 2017A uma semana das eleições em Angola, o cabeça-de-lista do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), discursou no município do Lobito, na província de Benguela. Além das críticas à oposição, João Lourenço fez um apelo aos angolanos: Quem tem "recursos avultados" em bancos estrangeiros deve trazê-los de volta para Angola para ajudar a desenvolver o país.
Lourenço abordou assim um tema que mexe com muitos eleitores: As fortunas da elite angolana depositadas no estrangeiro, incluindo os lucros criminosos dos chamados "diamantes de sangue". O candidato do MPLA, promete que, se for eleito, o dinheiro ficará seguro em Angola.
''Estamos a fazer esse convite público para que os nossos patriotas que têm recursos lá fora os tragam e nós damos garantia de que não vão perder esses valores", afirmou esta quinta-feira (17.08).
Num relatório publicado em 2015, o Banco Nacional de Angola revelou que os angolanos investem treze vezes mais no estrangeiro do que os estrangeiros em Angola.
Prioridades eleitorais
Perante milhares de pessoas no Lobito, o candidato do MPLA à Presidência da República disse ainda que o partido está próximo de alcançar a quarta vitória eleitoral, nas eleições gerais da próxima quarta-feira.
''Temos a certeza que contamos com o vosso voto e, com o vosso voto, vamos vencer este grande desafio que temos pela frente a partir do dia 23 de agosto", afirmou o candidato.
O discurso de João Lourenço agradou aos cidadãos presentes no comício do MPLA, que definiu o combate à corrupção e o desenvolvimento de Angola como prioridades nesta campanha.
''Esses são os assuntos que realmente têm que ser abordados, e o camarada João Lourenço tem estado a abordá-los com a devida coragem e determinação", afirmou um dos simpatizantes do partido no poder.
Na quarta-feira (16.08), também de passagem pela província de Benguela, o líder do maior partido da oposição, a UNITA, acusou, no entanto, o MPLA de falir o país após quatro décadas de governação. Isaías Samakuva disse que muitas promessas ficaram por cumprir e prometeu mudanças se ganhar as eleições.
As eleições da próxima semana em Angola adivinham-se mais renhidas do que no passado.