Carnaval no Bengo, para não deixar passar o dia em branco
Angola ainda não terá o habitual desfile de carnaval devido à pandemia de Covid-19. Mas na província angolana do Bengo, grupos carnavalescos expõem seus instrumentos para não deixar passar o dia em branco.
Comandante
Praticamente responsável pelo desfile, o "comandante" dirige o grupo durante a coreografia. Nas suas vestes aparecem o espelho, para poder produzir o reflexo; e a patente, que demonstra autoridade. Com o apito, ele orienta a sua classe. Nesta foto vemos António Gonçalo, o comandante do histórico "Grupo Carnavalesco Maringa do Caboxa", vulgo "Bula Mbunda".
Sons que produzem sons
Dikanza, ou régua, é o nome deste instrumento musical. Produz um som que dá o ritmo à canção. Na imagem, Manuel Salvador, que toca o instrumento já há mais de nove anos. Com a Dikanza, a canção ganha um outro ritmo.
A mulher que a todos coordena
A "Rainha" do Carnaval no Bengo não é "Isabel, da Inglaterra". No carnaval, a figura real tem a responsabilidade de coordenar a entrada da corte e supervisionar os passos dos seus membros. Ao seu lado está sempre um homem - toda a sua responsabilidade é feita sob o olhar atento do comandante. Na imagem, uma das mais notáveis rainhas do Entrudo do Bengo, Luzia Teixeira.
Do "lixo" sai o apito!
Atualmente, há amontoados de lixos por todo o lado na cidade. Mas é dentro destas lixeiras que se pode encontrar diferentes tipos de resíduos - como as latas. É com elas que se produz os conhecidos "apitos tradicionais". Esse instrumento produz um som que dá muita beleza à canção... É um som semelhante ao do apito convencional.
Carnaval, a "dança do povo"
O carnaval é a grande manifestação cultural dos povos e o Bengo não foge à regra. Infelizmente, as medidas impostas pela pandemia de Covid-19 proíbem a realização dos desfiles. Aqui, cerca de 15 integrantes, de forma representativa, vão dando os toques tradicionais que caraterizam o seu grupo carnavalesco.
Os reis têm um chapéu diferente!
Esta coroa é um instrumento feito com chapas, pregos e arame. Pode durar mais de dez anos. É utilizada pelos membros da corte, tais como a rainha, o rei, o príncipe, a princesa… Toda a realeza do carnaval.
Capacetes no carnaval
Capacetes, como o desta imagem, são normalmente usados por automobilistas e trabalhadores nas obras de construção civil. Mas, no carnaval, os bailarinos ou figurino também usam este meio para dar uma outra imagem ao Entrudo, ajudando, assim, a coreografia.
Entre batuques e batucadas
Um batuque normal é feito de tambor, e pele de animais selvagens (veados, ou os burros, por exemplo). Tem um tempo útil de, pelo menos, dez anos. Os batuqueiros ou tamboristas são os que os usam.
Batuque antigo
Um batuque antigo, como vemos nesta imagem, também é feito com pele de animal. Mas já não com o tambor, porém sim com madeira, ou pau.
As vestes tradicionais
"Traje" é o vestuário usado pelos bailarinos. Pode ser de tecido de lã, pano do congo ou ainda de pele de animais. Isso dependerá sempre daquilo que mais se enquadra na natureza do grupo carnavalesco. E, claro, na mensagem que querem transmitir.
Apesar do paulatino regresso à normalidade, por conta da pandemia da Covid-19 que assola o planeta, ainda não é desta que Angola terá o habitual desfile de carnaval. Já lá vão dois anos desde a realização do último Entrudo, a maior manifestação cultural dos povos. Na província angolana do Bengo, grupos carnavalescos reinventam-se e expõem seus instrumentos para não deixar passar o dia em branco. A DW mostra-lhe a seguir alguns materiais usados nos desfiles.