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CASA-CE: Chivukuvuku recandidata-se para "Viabilizar Angola"

Nelson Sul D'Angola (Benguela) 19 de julho de 2016

No seu manifesto eleitoral, o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola defende a criação de um "regime democrático" contra a corrupção. Abel Chivukuvuku também quer acabar com o desvio de recursos públicos.

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Foto: Quintiliano dos Santos

Com as atenções voltadas para as eleições gerais de 2017, Abel Epalanga Chivukuvuku divulgou segunda-feira (18.07) o seu manifesto eleitoral. "Viabilizar Angola" é o título do documento, no qual o líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), a terceira força parlamentar em Angola, se assume como a "alternativa ideal" para a instalação de um "regime verdadeiramente democrático" contra a corrupção e o nepotismo.

O líder da CASA-CE também quer acabar com o desvio dos recursos públicos de Angola que, segundo diz, tem favorecido um grupo da estreita confiança do Presidente José Eduardo dos Santos e do MPLA, o partido no poder desde a independência em 1975.

Abel Chivukuvuku antecipa "uma caminhada difícil, para rutura total de um regime autoritário e extremamente corrupto". O manifesto surge a cerca de dois meses do congresso da coligação, em setembro próximo, altura em que o atual líder da CASA-CE terá de enfrentar dois oponentes internos. E a coligação poderá transformar-se em partido político.

Angola Luanda William Tonet
William Tonet, um dos candidatos à vice-presidência da CASA-CEFoto: DW/N. Sul d'Angola

Na sua candidatura à presidência da coligação, Chivukuvuku contará com cinco vice-presidentes, entre os quais o almirante Mendes de Carvalho "Miau", Lindo Bernardo Tido, deputado da CASA-CE, e o jornalista William Tonet, diretor do semanário Folha 8, um jornal crítico do regime de José Eduardo dos Santos.

Oportunidades para todos

A propósito da candidatura de Chivukuvuku, William Tonet disse à DW África que é necessário desenvolver "um projeto de país e o que deve ser Angola para os angolanos em todos os aspetos". E também "é preciso que a democracia venha para a rua, não fique nos documentos, e que as oportunidades sejam estendidas a todos os angolanos e não só a um", sublinhou.

O diretor do Folha 8 diz que o partido no poder e o país encontram-se "reféns de uma só pessoa". Por isso, diz ser urgente uma rutura total com o regime vigente em Angola desde há 40 anos, que demonstra insensibilidade para com o sofrimento do povo.

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"O sistema que ele tem montado não é transmissível para ninguém, mesmo internamente no MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder]. Só uma rutura pode dar continuidade e fazer renascer a esperança aos angolanos", defende.

O jornalista diz que esta não será uma tarefa fácil, tendo em conta a "parcialidade da comunicação social pública" e a "partidarização" da Comissão Nacional Eleitoral.

"Todo esse processo já é uma fraude. A televisão pública já está em campanha e o partido maioritário já tem tempo de antena", critica William Tonet. "E as batotas permanentes criam conflitos", lembra ainda.

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