CASA-CE exige "estado de emergência" para o sul de Angola
12 de outubro de 2021"É necessário que se contemple verbas para fome do sul do país" na preparação do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2022, diz o deputado da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), na oposição, André Mendes de Carvalho.
"No campo do OGE, temos que ter em conta o problema da fome no sul do país, é necessário que de facto, no meu ponto de vista, se decrete o estado de emergência naquela zona e de uma vez por todas encontremos solução para o problema da fome e é uma questão que o OGE deve atender", afirmou em declarações aos jornalistas.
Questionado pela agência noticiosa Lusa se as autoridades angolanas deverão anuir a tal pretensão, o deputado da CASA-CE disse acreditar que sim, observando que "compete às várias instituições angolanas porem a pressão necessária para que tal aconteça".
"Se por números inferiores de mortes, a pandemia levou com que decretássemos o estado de emergência, aquela situação [seca e fome no sul de Angola] é recorrente e penso que, ao nível das forças políticas, deve haver dinâmica para que isso se cumpra", referiu o deputado angolano no final da reunião da comissão permanente da Assembleia Nacional, que aprovou a agenda da abertura do quinto ano parlamentar da quarta legislatura do Parlamento angolano.
O Presidente angolano, João Lourenço, dirige na sexta-feira (15.10) uma mensagem sobre o Estado da Nação durante a sessão solene de abertura do 5º ano legislativo.
MPLA enaltece ações do Governo
Os bispos católicos angolanos defenderam, na segunda-feira, a declaração de estado de emergência no sul do país, devido à seca e fome provocada pela longa estiagem, pedindo as autoridades "humildade e a não confundirem a fome com a questão política".
O deputado do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), Tomás da Silva, observa que, na região, "estão a ser implementados vários programas pelo Executivo".
"Acredito que é um assunto sobre a mesa, vamos ver quais são os resultados, quais foram os níveis de implementação das medidas que foram tomadas", realçou.
A situação da seca e da fome no sul do país tem sido acompanhada pelas autoridades angolanas, sobretudo pelo Presidente da República, João Lourenço, que nos últimos anos visitou algumas regiões afetadas e anunciou a construção de infraestruturas e a canalização de apoios alimentares para acudir as populações.