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Mais de 200 casos de paludismo em Cabo Verde

Lusa | ar
12 de setembro de 2017

Número de casos de paludismo em Cabo Verde subiu para 201, com a situação na cidade da Praia a ser considerada pelas autoridades de saúde como uma epidemia.

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Malaria Mücke
Foto: picture alliance/blickwinkel/Hecker/Sauer

Segundo o mais recente boletim do Serviço de Vigilância Integrada e Resposta a Epidemias (SVIRE), até domingo (10.09.) registaram-se em Cabo Verde 201 casos de malária, 189 dos quais locais e 12 importados. A situação da cidade da Praia (capital), na ilha de Santiago, com 193 casos (189 locais), está a ser tratada como uma epidemia pelas autoridades.

Numa carta endereçada aos delegados de saúde e diretores dos hospitais centrais e regionais, a médica epidemiologista da Direção Nacional de Saúde Maria de Lourdes da Silva Monteiro sublinha que a epidemia de paludismo afeta somente o concelho da Praia.

"O concelho da Praia regista uma situação quatro vezes maior do que o total de casos registados no ano passado (48), o que, de per si, já era um aumento anormal, quando comparado com a média de casos ocorridos no período entre 2007 e 2015. É claro que estamos perante uma epidemia de paludismo no concelho da Praia", adianta a médica. São Vicente (6 e um morto), Sal (1) e Santo Antão, (1) são outras ilhas onde foram registados casos de paludismo.

Novos casosOs dados do boletim revelam que durante a semana de 04 a 10 de setembro foram registados 34 novos casos da doença, abaixo dos 53 registados na semana anterior, mas acima dos 32 registados na penúltima semana de agosto.

Kampf gegen Malaria in Kapverden
Forças policiais e militares participam no combate à maláriaFoto: DW/N. dos Santos

Durante a semana que terminou no domingo, foram registados em média quase cinco casos diários, sendo que só no domingo foram diagnosticados 10 casos.

O maior número de casos desde o início do ano ocorreu na semana de 28 de agosto a 03 de setembro, com 53 casos notificados.

Cabo Verde regista este ano um número recorde de casos de malária, já que o maior número até agora registado desde 1991 tinha sido de 140 casos, em 2000.

A maior incidência de casos é na cidade da Praia, com 193, sendo que o máximo até agora tinha sido 102 em todo o ano de 2001.

OMS vai apoiar o arquipélagoO representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Castellón, disse, na segunda-feira, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que a OMS vai apoiar Cabo Verde, estando prevista a chegada de uma missão de assistência técnica, com especialistas que vão acompanhar a resposta nacional ao surto de malária que se intensificou em meados de julho.

Kampf gegen Malaria in Burkina Faso
Foto de arquivo: Combate contra a malária no Burkina FasoFoto: Cécilia Conan

O representante indicou que o país vai receber equipamentos para tratamento, testes rápidos, mosquiteiros, afirmando que tudo está a ser tratado com as sedes regional em Brazzaville (Congo) e mundial em Genebra, e com outros países africanos que também podem ajudar, como Senegal, Angola, Moçambique ou Guiné-Bissau.

 As autoridades cabo-verdianas intensificaram a luta contra os mosquitos, com pulverização espacial e dentro das casas e com campanhas de sensibilização da população para a importância de manter as casas e ruas limpas.

 Em janeiro, Cabo Verde foi distinguido pela Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) com o prémio Excelência 2017, pelos resultados alcançados no combate à doença.

 A OMS estima que o país tenha reduzido a sua taxa de incidência e de mortalidade associada à malária em mais de 40% no período decorrente e prevê também que tenha capacidade de eliminar a transmissão regional até 2020. 

 

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